Parques de São Paulo impedem encontros de cães
As praças e os parques da cidade são públicos, mas não para muita gente. E para animais, muito menos.
Essa é a reclamação de paulistanos donos de cães como buldogues e pugs, que estão sendo impedidos de se reunir nos parques Ibirapuera, da Independência e no CDC Modelódromo do Ibirapuera.
Apesar da liberdade para circular com os cachorros, eles afirmam que têm sido interpelados por responsáveis pelos locais para não realizarem encontros com muitos animais.
Em fevereiro, o grupo de donos de pugs foi abordado pela segurança do parque da Independência, que pediu para que eles interrompessem o encontro. Ao todo, eram 55 cães.
"Procurei a administração para saber o motivo de tudo isso e nunca recebi uma resposta deles", diz Sonia Blanco, 45, organizadora do grupo. "Não deixamos nenhuma sujeira, limpamos tudo. Falaram que não podíamos usar máquinas fotográficas profissionais e que os cães não podiam estar fantasiados."
Apesar do ocorrido, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informa em nota que, em qualquer parque da cidade, não há um número limitado para a circulação dos animais. Nestes caso, pede-se o bom-senso para que outros frequentadores dos parques não sejam incomodados. Além disso, os animais precisam estar sempre presos por coleiras.
No parque Ibirapuera, o ponto de encontro é atrás do Campo de Saibro, o horário deve respeitar o do funcionamento do local (das 5h às 24h). A alimentação é permitida desde que não caracterize comercialização e ou ação ação publicitária.
Além disso, os cães das raças Mastim napolitano, Pit bull, Rottweiller e American Stafforshire Terrier devem ser conduzidos em locais públicos também com coleiras, guia curta de condução, enforcador e fucinheira, conforme Lei Estadual nº 11.531/2003 e Decreto Estadual nº 48.533/2004.
Tatiana Ludarnelli, que faz parte da Associação Cão Boa Praça e do grupo Bulldogada São Paulo, conta que o grupo tem tido problemas com o Clube da Cidade Modelódromo do Ibirapuera desde o ano passado.
Ela diz que já mandou diversos ofícios para a administração do local, conhecido como Redondo, informando data e número de pessoas esperadas em encontros que queria organizar, mas nunca recebeu respostas.
"Esse espaço é ocupado pelos cachorros há dez anos, mas eles chegam a não ligar as luzes para obrigar a gente a ir embora no final do dia e já nos proibiram de manter um galão de água para os cães lá", diz. "Estamos seguindo as regras, já foram enviados pedidos para festas de buldogues e de chiuauas, mas eles foram negados ou simplesmente ignorados."
Há 15 dias, a Associação Cão Boa Praça, que surgiu em 2012 para reunir frequentadores do Modelódromo do Ibirapuera, colocou uma faixa no local chamando outras pessoas para discutir o uso espaço. Depois de uma semana, a faixa foi retirada pelo responsável do local. "Estão querendo nos cobrar um aluguel de R$ 1.500 por mês. Só queremos um lugar para os cachorros socializarem."
A Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação, responsável pelos CDCs, diz que os eventos não podem atrapalhar as atividades esportivas e a supremacia do interesse público. "Cumprindo o seu papel de fiscalização, a Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da Cidade de São Paulo está à disposição para receber quaisquer reclamações de práticas indevidas por parte da diretoria do local, em relação a esta e quaisquer outras demandas pertinentes a utilização desta área", informou a pasta em nota.