Valéria do 'Zorra Total' deseja criar personagem paulistano e atuar em novela
Como todo candidato, Rodrigo Sant'anna, 32, tem uma plataforma política para agradar ao eleitorado local. O humorista, que ficou famoso interpretando tipos cariocas como a transexual Valéria em "Zorra Total", promete um personagem paulistano, dias antes de estrear sua primeira temporada em São Paulo.
Em Comício Gargalhada, que apresenta de 7 a 28 de setembro no teatro do shopping Eldorado, o cômico bota suas criações para pedir votos à plateia. A mendiga Adelaide e outros personagens da TV contracenam com criações mais recentes de Sant'anna, como a cantora baiana de axé Sara Menininha. "E logo mais entra no show o mano daqui. Um mano skatista que fale coisas tipo 'firmeza', com a levada do 'tô sussa'", conta à sãopaulo.
Rodrigo também interpreta o Burro em "Shrek, o Musical", que entra em cartaz no dia 13 de setembro, no Teatro Bradesco. "O diretor disse que eu tinha afinação e poderia cantar. Então fui. Mas estou longe de ser um exímio cantor", diz o ator.
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ABAIXO, LEIA ENTREVISTA COM O HUMORISTA:
sãopaulo - É sua primeira temporada na cidade. Como é o público local?
Rodrigo Sant'anna - O público de São Paulo é mais disponível para rir, pelo que vi nas vezes que me apresentei aqui. Eu me surpreendi como são condescendentes, assim como o pessoal de Curitiba, onde estive recentemente, e também foi incrível.
A Valéria e a Adelaide são bem cariocas. Pensa em criar um personagem paulistano?
Sim. Eu tô em laboratório aqui. Penso em criar um personagem paulistano, um mano skatista que fale coisas tipo "firmeza", com a levada do "tô sussa". Queria muito estrear um personagem aqui, mas acho que não vai rolar.
Como é ser o nome forte do humorístico "Zorra Total" há dois anos?
O "Zorra" é um programa de novidades. Eu tô no meu momento de novidade, e não é falsa modéstia dizer que vai passar. É consciência da máquina, saber que vai chegar gente nova e talentosa. Tem tanto humor no Brasil que ainda não apareceu, é bom que seja assim.
Tem planos de ir para outros programas da Globo?
Eu pretendo trilhar o caminho da atuação. Se pode ser novela? Pode, contanto que seja atuar. Enquanto eu tiver espaço dentro do programa ["Zorra"], para criar e fazer minhas coisas, tá ótimo.
Você também está no musical "Shrek". Já cantava antes?
Não. Quando me convidaram, por e-mail, só respondi: "obrigado, mas eu não canto". Mas daí me convenceram e fui até a casa do diretor musical da peça. Ele disse que eu tinha afinação e poderia cantar. Então fui. Mas estou longe de ser um exímio cantor. Pelo amor de Deus, fala para o crítico da Folha não analisar isso não, porque passo vergonha na frente dos outros cantores de verdade.
Vê os humorísticos da internet, que ganham público a cada dia?
Assisto um pouco na internet. Sobra pouco tempo por causa da rotina, mas vi uns e me diverti sim. O Fábio Porchat, que é um dos caras mais talentosos da turma da Porta dos Fundos, começou ao mesmo tempo que eu no Rio. É muito bom.
Faria parte de um grupo independente, que produz para a internet?
Eu gosto de fazer o que aparece. Se estou numa grande empresa, é claro que tem restrições, porque fala com um público maior. Não dá para fazer na TV aberta o que eles fazem na internet. Não me faz falta estar direcionado para uma liberdade maior, não. Se eu sentir falta, posso procurar uma dessas empresas, porque é isso que o Porta, por exemplo, virou, uma grande empresa.
Bordões são um dos seus fortes. Como você sabe se uma frase como "ai, como eu tô bandida!" vai acabar no gosto popular?
A gente nunca sabe o que vai funcionar. O "a cara da riqueza", por exemplo, veio de um amigo da minha mãe, que diz isso. Ela achou que eu poderia usar com a Valéria e eu respondi: "mas isso não tem nada a ver!". Daí, fui fazer um show em Minas e ouvi outra pessoa falando "tal coisa é a cara da riqueza" e achei que podia funcionar. Aí funcionou bem com a Adelaide, porque ela falando isso fica uma ironia. O bordão tem que ter personagem certo também, além de momento certo.