Em lançamento, poeta Fabrício Corsaletti 'lê SP' e experimenta novo estilo literário
O poeta Fabrício Corsaletti, 35, passou três anos subindo e descendo a rua Augusta, entrando e saindo dos mesmos bares, indo e voltando num único trem do metrô. Manter-se fora de casa era fundamental: Fabrício queria "ler a cidade".
O resultado de três anos de "leitura" está em "Quadras Paulistanas" (Companhia das Letras, 80 págs., R$ 38), décimo livro do autor, que será lançado na próxima quarta-feira (27).
Gabriel Cabral/Folhapress | ||
Poeta e colunista da revista sãopaulo lança seu décimo livro: 'Quadras Paulistanas' |
Em quase 150 quadras (como são chamados os conjuntos de quatro versos de sete sons que formam o livro), ele passeia pelas infinitas quadras (no caso, os quarteirões) que dão contorno à cidade.
Todas as quadras foram publicadas na coluna quinzenal que Fabrício assina na revista sãopaulo.
As primeiras apareceram em 2010. "Falei sobre temas que me interessavam, mas não renderiam crônicas inteiras", diz o poeta. "Foi difícil fazer as primeiras. Depois peguei o ritmo."
Ele afirma que os versos, ilustrados para o livro por Andrés Sandoval, são despretensiosos. "Falo sobre as coisas que vi. O traficante, o limpador de fachadas, a bailarina argentina, o dono de banca que não lê jornal."
O esforço em fugir de rimas fáceis rendeu-lhe combinações inusitadas: "filha" com "braguilha", por exemplo. "É um livro de crônicas escrito em versos", resume o escritor.
Também autor de contos e romances, Fabrício diz preferir a poesia.
"Sou poeta. Até nas crônicas. Às vezes ligo pro Antonio Prata e pergunto se sou cronista". "Ele diz que sim."