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Paulo Alvim assume como novo ministro da Ciência e defende orçamento maior

Marcos Pontes sai da pasta para concorrer à Câmara

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São Paulo

Nesta quinta-feira (31), ocorreu o anúncio oficial de Paulo Alvim, até então secretário de Empreendedorismo e Inovação da pasta, como novo ministro do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações).

Em seu discurso na cerimônia de transmissão do cargo, Alvim afirmou que o governo Bolsonaro tem o propósito de melhorar a vida do povo brasileiro e pontuou a necessidade de um maior orçamento para a Ciência. "O processo de recuperação que precisamos fazer para corrigir o tempo perdido é muito grande", justificou.

Marcos Pontes, astronauta que comandava o ministério desde 2018, deixou o cargo para concorrer à Câmara dos Deputados, pelo estado de São Paulo.

Paulo Alvim e Bolsonaro durante a cerimônia de transmissão do cargo de ministro da Ciência nesta quinta (31) em Brasília - Evaristo Sa/AFP

Na sua fala, Pontes chamou atenção para algumas iniciativas tomadas durante sua gestão e das dificuldades orçamentárias que enfrentou.

"Eu reclamei muito sobre o nosso orçamento. É o papel do ministro fazer isso"​, afirmou, indicando a necessidade de o novo ministro pensar na quantidade e nos valores das bolsas disponíveis para o fomento da pesquisa.

Quando Pontes se mostrou contrário ao corte de R$ 600 milhões ao qual o MCTI foi submetido em outubro de 2021, desencadeou uma crise interna. O astronauta foi até mesmo chamado de "burro" por Paulo Guedes, ministro da Economia.

Antes do MCTI, Alvim, engenheiro civil pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), já atuou em outros órgãos públicos da área científica, como a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), FAP-DF (Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Paraná.

No discurso, ele afirmou que o governo Bolsonaro é convergente. Segundo Alvim, nas reuniões ministeriais, realizadas normalmente as terças-feiras, era possível "ver o governo todo junto para um propósito: melhoria do povo brasileiro".

A mudança no comando da pasta ocorreu em meio a discussões sobre qual seria o nome escolhido para substituir Pontes. Recentemente, o astronauta cogitou desistir da candidatura a deputado federal caso Bolsonaro optasse por nomear alguém do centrão, como a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), um dos nomes especulados.

Marcos Pontes durante evento em Campinas em outubro de 2021 - Zanone Fraissat - 8.out.2021/Folhapress

"Não tem sentido lógico para a Ciência nem para o presidente [a possível escolha de Daniella]. Dada a importância de continuidade dos projetos estruturantes do MCTI para o governo federal, assim como sua importância para todos os brasileiros, como vacinas, energia renovável, bolsas de pesquisas etc., essa hipótese teria como consequência imediata o cancelamento sumário de minha candidatura e minha continuidade no ministério", afirmou Pontes, há cerca de dez dias, à coluna Painel, da Folha.

A gestão de Pontes foi marcada por aproximações com Bolsonaro. Um exemplo foi o investimento em medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, algo defendido repetidamente pelo mandatário.

Um exemplo é o vermífugo nitazoxanida (conhecido como Annita), que foi defendido novamente por Pontes na cerimônia de troca de ministro.

"Às vezes eu ouço na impressa: ‘A nitazoxanida não é comprovada cientificamente’. Às vezes, eu acho que o pessoal não sabe ler, porque foi comprovado, enviado, publicado em revistas internacionais e feito por cientistas de altíssimo renome", afirmou. O remédio, no entanto, continua sem eficácia comprovada.

Em 2019, Pontes demitiu Ricardo Galvão, então presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no contexto de uma crise em que Bolsonaro afirmava que os dados de desmatamento fornecidos pelo instituto estavam incorretos.

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