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É empreendedora social e fundadora da RME (Rede Mulher Empreendedora). Vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU Brasil e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República

Descrição de chapéu Todas

Aceitando e celebrando a diversidade corporal

A ditadura de corpos perfeitos voltou à moda e tomou conta da internet

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Não é novidade para ninguém que vivemos numa sociedade machista, que se acha no direito de, entre muitas coisas, ditar regras para corpos femininos. Parte desse controle era veiculado livremente em qualquer revista encontrada nas bancas de jornais durante os anos 1980/1990, e as páginas desses meios de comunicação vinham com imagens de corpos super magros acompanhadas de dietas milagrosas —na verdade, super restritivas— para se alcançar o corpo perfeito. Atualmente, a ditadura de corpos perfeitos voltou à moda e tomou conta da internet, e é fácil encontrar muitos influenciadores falando como sua vida mudou por causa de um suco detox ou uma cinta modeladora que fará você perder peso no primeiro uso.

As regras ditadas continuam sendo as mesmas, o que mudou apenas foi a forma de vender essa ideia. E convenhamos que as redes sociais, é o lugar perfeito para isso, já que todo mundo é feliz na internet. Foi graças a ela, inclusive, que o Ozempic, um remédio criado para tratar diabetes, caiu nas graças dos que ainda procuram pelo corpo perfeito criado pela sociedade. Infelizmente o uso da inteligência artificial está indo pelo mesmo caminho das redes sociais. Inclusive, já existe uma agência de modelos criando capas de revistas utilizando imagens geradas pelo programa dos ditos corpos ideais e perfeitos.

Não se torture e nem acabe com sua saúde física e mental para ter um corpo perfeito que não existe. - Adobe Stock

O que muita gente pode não perceber, ou mesmo entender, é que essa busca causa efeitos negativos e até mesmo mortais para a grande maioria das mulheres, que tentam alcançar essa perfeição —que não existe— e acabam caindo num quadro de ansiedade, depressão e até bulimia. Por outro lado, ao mesmo tempo que temos essas pessoas propagando metas corporais inatingíveis, temos muitas figuras falando e celebrando a diversidade corporal, algo que absolutamente não era visto nos anos 1980/1990.

Muitas dessas personalidades da internet usam sua influência justamente para dizer que tudo bem você não ter uma barriga chapada e que não tem problema nenhum ter estrias e celulite, afinal, esses são aspectos de corpos reais e não os criados pela fábrica de ilusões da internet. Outro aspecto importante levantado por essas pessoas que não têm medo de mostrar seus corpos como são é trazer à tona como vivemos numa sociedade que nem sequer se dá o trabalho de esconder que é gordofobica. A tal ponto que ainda ouvimos pessoas ganhando elogios porque perderam peso, mesmo que isso tenha acontecido por causa de um trauma, por exemplo.

Ter essas figuras de marcas plus size como Amanda Momente, da Wondersize, e Flávia Durante, do Pop Plus, falando sobre esse assunto abertamente é muito importante. Assim como estar vivendo em uma geração que é mais consciente e entende como essas falas são problemáticas também é primordial para finalmente entendermos que não precisamos atender as expectativas de ninguém, principalmente de uma sociedade que sempre quis controlar nossos corpos.

Então, não se torture e nem acabe com sua saúde física e mental em prol de um corpo perfeito que não existe. Aliás, corpo perfeito para quem? É sempre importante fazer essa pergunta para si mesmo.

Em vez de tentar alcançar uma meta impossível e que sequer foi criada por você, celebre quem você é do jeito que você é e, o mais importante de tudo, não siga a regra da sociedade, dos outros. Apenas seja você mesma, independentemente se você é magra, gorda, mid-size, alta, baixa, com ou sem estrias. Não se cale diante de comentários gordofóbicos e aceite e celebre todos os corpos, a começar pelo seu.

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