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Jornalista e roteirista, é autora do livro "Almanaque da TV". Escreve para a Rede Globo.

Roberto Carlos chega aos 80 com poderes dignos de herói da Marvel e da DC

Basta um coração partido que as músicas do rei provam ter um fator de cura muito mais poderoso do que o do Wolverine

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Toda vez que o paulistano Sérgio B. abre o freezer de casa, ele tira da frente os potes de sorvete com feijão e contempla seu maior tesouro: uma coleção de rosas congeladas do Roberto Carlos. Pela sua última contagem, já eram oito embrulhadas em papel alumínio.

Ao longo dos anos, aprendi que muita gente faz o mesmo com as famosas flores arremessadas pelo cantor. O que essas rosas não falam é que o verdadeiro poder de conservação sempre esteve em Roberto, não nos refrigeradores dos fãs.

Dignos de um X-Man, esse e outros dons do rei me foram revelados quando passei a coordenar a cobertura de seus shows para a TV. Todas as mulheres da equipe de reportagem voltavam enfeitiçadas da gravação, trazendo seus troféus florais. Até que, num especial de Natal, uma diretora veterana comentou: “Sabia que as rosas do Roberto Carlos não murcham?”. Como assim? “Você vai ver só!” No mês seguinte, recebi uma foto: lá estava ela, íntegra. Inteirona.

Movida pela incredulidade e pelo recalque, posto que jamais agarrei uma rosa para chamar de minha, colhi outros depoimentos. “É isso mesmo”, confidenciou-me um ator que prefere ficar anônimo e mantém três exemplares fora da geladeira. “Ouvi falar que esse fenômeno também se dá com os bolos de aniversário dele.” Pois é: reza a lenda que até Carlos Evanney, cover oficial de Roberto, tem uma fatia guardada intacta há anos.

Amei saber disso. Nem a descoberta de que Clark Kent é o Super-Homem com óculos de grau me impactou tanto. Mas, cá entre nós, o próprio Roberto nunca tentou esconder sua identidade secreta. Há tempos manda letras sobre correr demais, feito o Flash. Ou diz na lata mesmo: “eu sou um super-herói, esqueço a dor que me dói”.

Aliás, basta um coração partido que as músicas de Roberto Carlos provam ter um fator de cura muito mais poderoso do que o do Wolverine. Já escutou “Outra Vez” na deprê? É adamantium para a alma. Uma força estranha capaz de derrubar o vilão Thanos, tendo o Diamante Cor-de-Rosa como Joia do Infinito.

Então, neste 19 de abril, desejo que Roberto Carlos siga vigilante, patrulhando o universo e o bairro da Urca em carangas de dar inveja ao batmóvel. Cantando “eu vou seguir uma luz lá no alto”, numa alusão clara ao bat-sinal. Vida longa ao rei (ainda mais porque seu bolinho de 80 anos a gente já sabe que será eterno).

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