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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Especialista em nomeações relâmpago, Bolsonaro é incapaz de montar um governo

Vexame na Educação é sintoma de uma máquina que desmorona desde o primeiro dia

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Ao chegar ao Planalto, a tropa de choque de Jair Bolsonaro anunciou uma demissão em massa. Sob o marketing da "despetização" da máquina pública, o governo mandou para casa até os servidores responsáveis por exonerações e nomeações. Resultado: faltou gente para oficializar a saída dos indesejados e a entrada de seus substitutos.

Da burocracia palaciana à Esplanada dos Ministérios, o governo desmorona desde o primeiro dia. O país se aproxima dos 50 dias sem um comando definitivo na Saúde, assiste a um processo desastrado de sucessão na Educação e vê um presidente incapaz de montar até os escalões inferiores do governo.

Os sinais da incompetência sempre foram claros. Quando inaugurou o mandato, Bolsonaro escolheu um publicitário que não era fluente em inglês para dirigir a Apex (Agência de Promoção de Exportações). Ele durou menos de dez dias no cargo.

Na Cultura, chegou ao quinto secretário em um ano e meio. Um deles foi enxotado após plagiar um discurso nazista. A sucessora, Regina Duarte, não completou três meses no posto porque não sabia o que fazer. Foi trocada por um ator que precisou tomar posse às escondidas.

O time de Bolsonaro ficou marcado por passagens relâmpago pelo poder. Em junho, o governo aceitou uma indicação do centrão e mandou Alexandre Cabral para a presidência do Banco do Nordeste. Ele caiu no dia seguinte, quando se soube que seu nome era investigado por irregularidades na Casa da Moeda.

O vexame da nomeação de Carlos Decotelli para a Educação é só mais uma das barbeiragens do governo. O quase ministro, afinal, só chegou lá porque antes Bolsonaro havia escolhido os improdutivos olavistas Ricardo Vélez e Abraham Weintraub.

O presidente gosta de fazer propaganda de sua equipe e vende a ideia de que qualquer coisa é melhor do que se viu em governos passados. Essa filosofia legou ao país um antiglobalista como chanceler, um sanfoneiro amador na Embratur e um gabinete do ódio dentro do Planalto.

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