Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).
Jogo aberto em SP favorece Haddad e embola disputa na direita
Petista tem um pé no 2º turno, enquanto Tarcísio e Rodrigo disputam espaço tradicional do PSDB
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A três meses da eleição, sete de cada dez paulistas não têm um candidato favorito a governador na ponta da língua, antes de ver uma cartela com os possíveis concorrentes. O cenário de jogo aberto, captado pela nova pesquisa do Datafolha em São Paulo, favorece Fernando Haddad (PT) e embola a disputa na direita.
O candidato petista ronda há tempos a casa dos 30% das intenções de voto. Beneficiado pelo recall de eleições passadas e pelo vínculo de sua imagem com Lula, o ex-prefeito da capital consolidou um número confortável o suficiente para conquistar uma vaga no segundo turno.
A evolução desses números depende de dois movimentos: a entrada de Lula na disputa local e a saída de Márcio França (PSB) da corrida.
Haddad precisa de Lula para aumentar seu apoio no eleitorado mais pobre. O ex-prefeito tem hoje um desempenho praticamente igual em todas as faixas de renda da população —o que sugere que ele ainda está aquém do desempenho tradicional do PT na base da pirâmide.
O quadro indica um potencial de crescimento razoável, uma vez que a população de baixa renda representa 44% do eleitorado paulista.
A insistência dos petistas para que França desista de concorrer a governador também tem explicação nos números. Haddad salta de 28% para 34% quando o pessebista está fora da disputa, indicando que os dois têm pelo menos uma fatia de possíveis eleitores em comum.
O que parece ser uma briga pela outra vaga no segundo turno deve esquentar a partir de agora. Tarcísio de Freitas (Republicanos) ganhou espaço em segmentos tradicionalmente alinhados ao PSDB, mas ainda não deslanchou no interior. O apoio de Jair Bolsonaro é considerado um ativo importante nessa região, apesar da rejeição generalizada ao presidente.
A competição por esses votos será acirrada. Candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB) abriu o cofre para prefeitos do interior e ampliou o uso da máquina do governo. Desde abril, ele se tornou mais conhecido sem aumentar a própria rejeição.
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