Siga a folha

Jornalista especializado no setor automotivo.

Venda de carros usados cai no primeiro semestre, e preços devem ceder

Crédito mais caro é um dos empecilhos no setor

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

As vendas de veículos usados registraram queda de 19,3% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2021. O resultado divulgado pela Fenabrave (associação que reúne os distribuidores) mostra que o setor segue pressionado por fatores como redução do poder de compra e alta das taxas de juros.

Volkswagen Gol é o carro mais negociado entre os modelos usados - Divulgação

Foram negociadas 4,37 milhões de unidades entre janeiro e junho, número que inclui carros de passeio e veículos comerciais leves. Os modelos que mais trocaram de mãos no período foram Volkswagen Gol e Fiat Uno, que têm grande frota circulante e baixo custo de aquisição.

Os resultados obtidos na primeira metade do ano mostram que há mudança de panorama no horizonte, embora ainda pouco sentida pelo consumidor.

Com os problemas de produção e o encarecimento de modelos zero-quilômetro, o segmento de usados passou por um longo período de alta. Segundo a startup Mobiauto, os 40 automóveis mais vendidos do Brasil registraram uma valorização média de 7,13% na comparação entre os primeiros semestres de 2021 e de 2022.

"Com a falta de modelos básicos, já que o mix foi reorientado para produzir carros de maior valor agregado em razão da falta de componentes, as montadoras reajustaram bem acima da inflação os preços de seus carros mais baratos", diz, em nota, Sant Clair Castro Jr., CEO da Mobiauto. "Os aumentos dos novos acabaram puxando a cotação dos seminovos."

Esse cenário, contudo, deve mudar entre o segundo semestre e o início de 2023. Após quase dois anos de aumentos seguidos, os preços dos carros usados começaram a apresentar queda, como mostram os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre março e abril, a redução média ficou em 0,47%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Uma das razões da queda está no encarecimento do crédito. De acordo com a Anfavea (associação das montadoras), as compras financiadas representam hoje cerca de 40% dos negócios –e, além das taxas mais altas, os bancos elevaram os critérios para emprestar dinheiro.

"No acumulado de janeiro a junho, as vendas financiadas de veículos somaram 2,6 milhões de unidades. O número representa queda de 9,2% em relação ao mesmo período de 2021, o que equivale a 267 mil unidades financiadas a menos", diz o comunicado enviado nesta sexta (8) pela B3, que opera o SNG (Sistema Nacional de Gravames).

Com retração nas vendas e arrocho no crédito, os preços no segmento de usados devem ceder gradativamente, mas em ritmo menos acelerado do que foi o movimento de alta.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas