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Jornalista, autor de "Desastre Global - Um Ano na Pior Crise desde 1929". Vencedor de quatro prêmios Esso.

Jogo que definirá sucesso de Bolsonaro começa agora

Êxito na Previdência pode reforçar agenda retrógrada do presidente em outras áreas

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Chegou a hora para Jair Bolsonaro que definirá se o Brasil escapa de um desastre recessivo e inflacionário ou se ganhará fôlego para crescer sem grandes impedimentos.

O novo Congresso abre nesta sexta (1) e estabelecerá a força que o presidente terá nas reformas econômicas, sobretudo a da Previdência.

Na Câmara, Rodrigo Maia (DEM), pró mudanças, já conta com os votos para ser reconduzido à presidência. No Senado, a candidatura de Renan Calheiros (MDB) é incerta, mas o alagoano promete mudar para se alinhar ao poder.

“Você conhecia o velho Renan. O novo chega sexta e vai discordar do outro em muita coisa. O outro era mais estatizante. Este será um Renan liberal, que vai ajudar a fazer as reformas”, anunciou Renan.

O PSL de Bolsonaro larga atraindo aliados e empatado com o PT como maior partido na Câmara (55 deputados cada). Mas a oposição promete tentar barrar a conquista dos 308 votos (em 513 deputados) necessários para aprovar a reforma da Previdência necessária para tirar o país da insolvência.

Em 2018, pelo quinto ano consecutivo, o governo federal fechou no vermelho, cravando a pior sequência de déficits desde a Constituição de 1988.

A grande diferença de lá para cá é que a carga tributária saltou de 24% do PIB para 32,5%, tornando inviável onerar mais a sociedade para bancar rombos insustentáveis.

Enquanto o Tesouro economizou R$ 76 bilhões no ano passado com cortes em todas as áreas, só o déficit recorde da Previdência atingiu R$ 195 bilhões. Ou seja, sem a reforma do sistema, será inútil o governo diminuir ao mínimo suas despesas.

Estima-se em US$ 100 bilhões o potencial de investimentos estrangeiros que poderão vir ao Brasil caso uma reforma da Previdência decente seja aprovada.

Parte do dinheiro viria também para sustentar o próprio governo, ampliando a participação internacional no financiamento da dívida pública —o que a tornaria mais leve. Hoje, menos de 12% da dívida é financiada por estrangeiros, ante 25% em países como México e Rússia.

Se o perigo de insolvência for afastado com a reforma, haverá também forte valorização de ativos no Brasil (como ações na Bolsa, que financiam empresas, e imóveis), favorecendo mais investimentos e a criação de empregos.

O paradoxo é que o sucesso da Previdência, se houver, reforçará a agenda retrógrada de Bolsonaro em outras áreas, tendo como base uma economia mais forte.

Mas não será esse o motivo para a oposição votar contra. Trata-se só de cegueira ideológica diante da grave crise fiscal em que estamos metidos.

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