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Jornalista, autor de "Desastre Global - Um Ano na Pior Crise desde 1929". Vencedor de quatro prêmios Esso.

Descrição de chapéu Governo Bolsonaro Previdência

Com Bolsonaro, cor do portão importa mais que casa desabando

Tempo e energia gastos em disputas inúteis deixam escapar o principal e minam futuro

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A fim de passar a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na terça (23), o governo Bolsonaro teve de abrir mão de quatro pontos importantes nessa fase inicial de tramitação, algo inédito em projetos constitucionais desde o governo Lula.

Aos quase quatro meses de gestão, esse é o custo de Jair Bolsonaro ainda estar mais preocupado com a cor que quer pintar o portão de uma casa prestes a desabar. Com muito tempo e energia dedicados a disputas internas inúteis, deixa escapar o principal.

No mercado, muitos agentes já cortam à metade a estimativa de economia de R$ 1,1 trilhão em dez anos que a reforma produziria, o que contribui para a consolidação de um renovado pessimismo.

É cedo para vermos no saldo do fechamento de 43.196 vagas formais em março a confirmação de descrédito no governo. Mas a mediana das projeções do mercado (Bloomberg) indicava a criação de 80 mil postos.

Com o resultado de março, o primeiro trimestre fecha com saldo positivo de 164 mil empregos formais, 30 mil abaixo do acumulado no mesmo período de 2018.

Apesar da ausência de Bolsonaro na retaguarda política, a equipe econômica do ministro Paulo Guedes (Economia) é a única área do governo que parece ter um projeto de longo prazo coerente e definido, concorde-se ou não com ele.

Mesmo assim, o mercado revê rapidamente suas previsões para este ano, chegando a estimativas tão medíocres quanto 1% para o crescimento do PIB. O dólar volta a subir e a Bolsa estagnou.

Até aqui, a guinada nas expectativas atinge sobretudo o curto prazo. Mas pela ênfase das preocupações demonstradas pelo governo em outras áreas cruciais, há risco de contaminação geral do cenário futuro.

As inacreditáveis disputas na educação envolvendo Olavo de Carvalho que paralisam o ministério são representativas de prejuízos que podem se estender em prazos mais dilatados –com efeitos na qualidade da mão de obra futura, da produtividade e de decisões de investimento das empresas.

Em outras áreas como a ambiental e das relações exteriores o quadro é o mesmo, com medidas ruins e desconexas que podem gerar prejuízos permanentes.​

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