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Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

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STF descriminaliza, mas nada muda

Para integrantes das classes média e alta brasileira, maconha já era legalizada

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O Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta terça, por maioria de votos, descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal.

Na prática, a conduta não se torna legal, mas deixa de ser tratada como crime. A decisão só passa a ter efeitos após a proclamação do resultado da votação.

Ilustração de Galvão Bertazzi - Folhapress

Por mais que o STF não esteja legalizando ou liberando o uso de entorpecentes, a decisão foi recebida com festa entre os consumidores de maconha.

No lugar de fogos, usuários estouraram "beques" no céu por todo o país. Muitos gritavam "Cannabis Lúcia" em homenagem à ministra Cármen, que votou a favor da decisão.

Nas praças da região, ambulantes estariam oferecendo rodada de "space cakes" e "brisadeiros" de graça para os frequentadores.

Nos bares da zona oeste paulistana, porém, a decisão não foi vista com muito ânimo. Não porque os frequentadores acreditem que a medida será barrada pelos conservadores. Mas porque, para muitos integrantes das classes média e alta brasileira, a maconha já foi legalizada.

Não sentem mudança nas vendas, que continuam de vento, ou melhor, de brisa em popa.

Alguns frequentadores ficaram surpresos com a notícia, já que mal sabiam que a erva era proibida. Outros já tinham ouvido algo sobre o assunto, mas se esqueceram.

No mesmo dia, usuários de todo o Brasil marcaram um "maconhaço", acendendo simultaneamente um cigarro de maconha às 16h20. Também conhecido como um dia normal na vida do maconheiro brasileiro.

Nas redes sociais, centenas de pessoas mostraram suas plantações de cannabis caseiras. Muitas, curiosamente, já estavam prontas para a colheita.

No Rio de Janeiro, o céu ficou nublado, com um grande "maconhaço" de moradores usuários da zona sul, o equivalente a 78% dos jovens da região.

Nos bairros nobres de São Paulo, policiais não mudaram suas condutas com portadores de maconha das regiões nobres e continuam liberando motoristas sem grandes questionamentos. Afinal, como diz o comandante da Rota, a abordagem nos Jardins tem que ser diferente da que é feita na periferia.

Agora, todos estão na torcida para criminalizar as igrejas que exploram fiéis, jogos de aposta online e as propagandas em vídeos infantis. Esses, sim, são uma droga.

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