Siga a folha

Repórter especializada em economia, é formada em ciências sociais pela USP e em direito pelo Mackenzie. Foi ombudsman da Folha de maio de 2019 a maio de 2021.

A cobertura da violência contra os negros

Imprensa não consegue fugir de estereótipos e ajuda a manter as coisas como são

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O assassinato de mais um homem negro por um policial, desta vez nos EUA, leva a imprensa a repetir equívocos. A descrição de foto na capa do Estado de S. Paulo de sexta-feira (29) é chocante: “Morte de negro nos EUA causa violência”. A violência foi causada por quem e contra quem?

Na cobertura dos dias seguintes ao crime, na imprensa brasileira e americana, a discussão sobre a violência do Estado contra a população negra foi, em alguns casos, encoberta por imagens de negros ameaçadores e violentos saqueando comércios e queimando carros.

A mudança de foco só reforça estereótipos e ajuda a eliminar culpas, mantendo as coisas no trágico lugar em que sempre estiveram.

No sábado (30), o governador de Minnesota disse, sobre os protestos, que não se tratava mais do assassinato de George Floyd, mas de atacar a sociedade civil e instilar medo.

A imprensa precisa estimular o debate e mostrar que a questão central é o assassinato sistemático de pessoas negras. É isso que dá medo.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas