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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Liga dos Campeões 2020 - 2021

Como medir o efeito da ausência de um jogador genial em jogos decisivos?

Ausência de Mbappé frustrou quem queria ver duelo City x PSG com força máxima

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Não que Manchester City e PSG tenham feito uma semifinal ruim no jogo de volta na Inglaterra.

Ao contrário, o jogo agradou, a vitória por 2 a 0 dos ingleses acabou justa, mas é inegável que a ausência de Mbappé frustrou quem queria ver os dois times com força máxima, assim como o gramado tomado pelo gelo prejudicou a qualidade técnica do primeiro tempo.

Que o jovem e extraordinário francês fez falta é óbvio e que Neymar acabou castigado por não ter a companhia dele também, apesar de o brasileiro ter tentado resolver tudo sozinho.

Teria sido diferente o resultado final com Mbappé em campo?

Impossível responder, embora ele estivesse no jogo em Paris e nem por isso tenha conseguido impedir a derrota por 2 a 1.

Cabe também perguntar, para relativizar a dor parisiense: teria o PSG passado pelo Bayern de Munique se o time bávaro pudesse ter escalado o atual número 1 do mundo, a fábrica de gols polonesa Lewandowski?

Também jamais saberemos, embora seja menos arriscado dizer que o experiente atacante fez mais falta que Mbappé.

Neymar foi bem marcado pelos defensores do City nesta terça, em Manchester - Phil Noble/Reuters

E aí vêm à mente uma porção de jogos e situações em que ausências e presenças causaram tristezas e alegrias.

Por exemplo: qual teria sido o final da campanha daquela seleção brasileira na Copa de 1982 se Reinaldo, ou Careca, estivesse no comando do ataque em vez da terceira opção, Serginho Chulapa, um baterista em meio a violinistas?

Quem conviveu com Telê Santana sabe o quanto ele lamentava não ter podido contar com Reinaldo, que ele dizia ser o complemento de um quarteto de virtuosos, ao lado de Falcão, Zico e Sócrates. Seria como os Beatles, dizia Telê, que até hoje paga pela injusta fama de ter barrado o ídolo do Galo por razões políticas, algo que o próprio Reinaldo alimenta, embora seja falso. Telê perseguiria um por razões políticas e daria a faixa de capitão para Sócrates? Qual a lógica?

Kylian Mbappé em ação pelo PSG - Anne-Christine Poujoulat - 28.abr.21/AFP

E 20 anos antes de 1982, na Copa do Mundo do Chile, quando o Brasil perdeu Pelé no segundo jogo e por pouco não acabou eliminado no terceiro, pela Espanha, quando o substituto do Rei, Amarildo, fez os dois gols da virada por 2 a 1?

Até hoje estaríamos dizendo que o bicampeonato não veio pela ausência do melhor de todos os tempos e, no entanto, veio para consagrar o botafoguense Possesso.

Teria acontecido o 7 a 1 se Neymar e Thiago Silva estivessem em campo?

Há quem jure que não e é bem provável que tenha razão, mas como saber?

Do mesmo modo é possível que a conquista do pentacampeonato, em 2002, na Ásia, tivesse sido facilitada se Romário estivesse lá, embora também haja quem jure que ele atrapalharia o clima da “família Scolari”. Pode ser, mas, não tenham dúvida a rara leitora e o raro leitor: se o Brasil não voltasse campeão, o insucesso seria atribuído à teimosia de Felipão.

Finalmente, como teria sido a decisão da Copa de 1998 se Zagallo tivesse a coragem de barrar o convulsionado Ronaldo Fenômeno e mantido Edmundo, só para pensar numa situação em que a solução seria abrir mão do gênio e escalar o normal?

Edmundo, o Animal, repetiria Amarildo, o Possesso?

Todas perguntas sem respostas, mas com pelo menos uma conclusão inarredável: a frustração pela ausência de Mbappé contra o City foi diretamente proporcional àquela causada pela falta de Lewandowski contra o PSG.

Porque o jogo ideal da Champions seria entre Manchester e Munique.

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