Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.
E até o Palmeiras perdeu
O Furacão causou danos de novo no Parque Antarctica; nada que seja irrecuperável
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Eis que então o homem rubro-negro mordeu o cachorro verde e virou notícia.
Havia 20 jogos que o Palmeiras não perdia como visitante na Libertadores, e o Athletico Paranaense tratou de fazer valer a Arena da Baixada para quebrar a série.
Diga-se que o fez com justiça porque jogou melhor enquanto o jogo esteve 11 contra 11 e porque correu poucos riscos durante a quase meia hora em que ficou com um a menos —graças à expulsão absurda de Hugo Moura, que, atingido por trás, fez o gesto, automático, de pegar a bola com a mão no chão e recebeu o segundo cartão amarelo.
Ou seja, quem recebeu a falta não assinalada acabou expulso.
A ausência de Danilo prejudicou, e voltará a prejudicar, o sistema defensivo, que ficou vulnerável enquanto o Furacão pressionou. A falta de Gustavo Scarpa deixou inofensivo o ataque, em má jornada de López.
Scarpa estará de volta na terça-feira (6), provavelmente sem Raphael Veiga, o menor dos problemas porque Scarpa até cresce sem a companhia dele, ainda sem ter recuperado a forma.
Problema grande mesmo será enfrentar a retranca de Felipão, que tem se saído bem dos duelos com Abel Ferreira, como havia acontecido, pelo Campeonato Brasileiro, na casa verde, vitória atleticana por 2 a 0.
O Palmeiras perder é notícia no Brasil e na América do Sul.
Perder com um jogador a mais, mais ainda.
E até deu motivos para Cuca, que deve explicações à sociedade, encher-se de razão e, se quiser, perguntar por que os palmeirenses não exploraram os lados, embora tenham tentado. Ele mesmo responderá: o Atlético Mineiro também tentou e não conseguiu quando esteve na mesma situação, 11 contra 10, diante do Palmeiras.
O alviverde continua favorito a ganhar a vaga para a final do torneio continental? Sim, continua.
Mas com interrogações que não teria caso voltasse de Curitiba com a vitória.
Por exemplo: como será neste sábado (10) em Bragança Paulista, 19h, contra o Bragantino, há quatro jogos sem vitória?
Poupa, não poupa? Gordura há, mas vai que o time perde e o Flamengo bate o Ceará, no dia seguinte pela manhã, no Maracanã, e a diferença cai para quatro pontos no Campeonato Brasileiro?
Tudo o que é sólido se desmancha no ar, já ensinou Marshall Berman (1940-2013), escritor e filósofo estadunidense marxista, e a elogiada força mental esmeraldina pode ir para o espaço, fruto de eventual virada de fio do elenco que apressou o começo da temporada porque tinha um Mundial para disputar.
Atenção: ninguém aqui está detectando nem virada de fio, nem declínio psicológico no Palmeiras.
Fato é que a média de acertos de passes alviverdes, de 83% em cerca de 400 passes por jogo, caiu para 79% na partida de ida das semifinais, e era visível o desconforto, mesmo com 64% de posse de bola e 14 finalizações contra 9.
Na derrota no Campeonato Brasileiro, em mais de 550 passes, a precisão foi de 84%, com o recorde de 35 finalizações, contra 13 dos paranaenses, e 72% de posse de bola.
Números são números e nada mais que números.
Abel Ferreira gosta de dizer não estar nem aí para posse e se importa com as finalizações, enquanto Felipão valoriza apenas os gols que não sofre e os que faz.
Está 3 a 0 para ele no agregado em competições diferentes.
A crença palmeirense, e a do colunista, é a de que a bola entrará na terça-feira.
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