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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Palmeiras sofreu para impedir que mais um vice-líder se aproximasse dele

Só que o time de Abel Ferreira sofre de maneira diferente, vê-se na linguagem corporal dos jogadores

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Desta vez foi por um fio, ou pelo desvio na trave do maestro Paulo Henrique Ganso, que o líder isolado do Campeonato Brasileiro evitou perder para o Fluminense, novamente melhor em campo e incapaz de transformar a superioridade em vitória.

Em noite apagada de Gustavo Scarpa, talvez magoado pelas vaias de seus ex-torcedores no Maracanã, o Palmeiras se viu fortemente incomodado e envolvido pelo toque de bola tricolor, embora tenha marcado novo golaço de bicicleta, desta vez já motorizada de Rony, desperdiçado duas boas chances em erros de passes do rival e sofrido, sofrido bastante, para sair do Rio de Janeiro com o 1 a 1 para manter a vantagem de oito pontos sobre o vice-líder.

Saber sofrer virou chavão até melhor que os terceiros terços, linhas altas e baixas, modismos para descrever situações tão antigas como o futebol, porque, sabem a rara leitora e o raro leitor, a língua é viva e se renova, às vezes para pior.

Só que o Palmeiras sofre de maneira diferente.

Basta ter olhos para ver, esta uma velha expressão, a linguagem corporal dos jogadores alviverdes.

Não se vê um gesto parasita, um olhar esbugalhado, uma discussão entre eles, a frieza predomina mesmo nos piores momentos de pressão.

Scarpa se atira para bloquear passe de cano e frustrar contra-ataque do Fluminense que poderia ter decidido o jogo no Maracanã - Sergio Moraes - 27.ago.22/Reuters

Ao Palmeiras não se concede o direito de jogar mal, do mesmo modo que se nega ao Flamengo, como aconteceu no segundo tempo para os paulistas —e para os cariocas contra o São Paulo, no Morumbi.

Aqui já se comparou, guardadas todas as proporções, a trajetória palmeirense dos últimos anos à saga vitoriosa do Bayern Munique. Há quem prefira compará-la à resiliência do Real Madrid, paralelos recusados por Abel Ferreira, principalmente quando é chamado, para sua irritação, de retranqueiro.

Inegáveis os cuidados defensivos do time menos vazado do campeonato com apenas 16 gols sofridos em 24 jogos.

A irritação se justifica plenamente porque o time é, também, o de melhor ataque, 38 gols, um a mais que o Fluminense —e que o Flamengo, antes de enfrentar o Botafogo.

Nem sequer se concedem ao Palmeiras os cuidados naturais para quem, nesta terça-feira (30), jogará, na Arena da Baixada, o jogo de ida das semifinais da Libertadores, contra o Athletico Paranaense. E olhe que o ninguém foi poupado no sábado (27), ou seja, ao Campeonato Brasileiro deu-se o devido respeito exigido pela crítica.

Em resumo: que graça tem apedrejar vitrines quebradas?

Utilidade pública

Fosse dono de uma emissora de TV, compraria os direitos do filme "O Debate" e o exibiria durante uma semana inteira nos mais variados horários para atingir os jovens que votarão pela primeira vez em 2 de outubro, os velhos que eventualmente o farão pela última e todos os demais eleitores que decidirão os rumos do país.

Dirigido por Caio Blat, com roteiro de Guel Arraes e Jorge Furtado, com atuações antológicas de Débora Bloch e Paulo Betti, a política, as relações conjugais e, sobretudo, as angústias da imprensa, desfilam com admirável realismo.

O único escorregão está na ausência de aviso, no começo ou no fim do filme: qualquer semelhança NÃO é mera coincidência.

Em tempo

Você já tinha visto alguém passar recibo como os bolsonaristas depois da entrevista de Lula ao JN?

Em tempo 2

Quem não está vendo os jogos do Manchester City não faz ideia do que está perdendo.

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