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A necropolítica de Jair Bolsonaro deixa vestígios

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O Supremo Tribunal Federal determina a instalação da CPI da Covid para apurar ações e omissões do governo federal.

Jair Bolsonaro mela a CPI e reivindica a investigação de governadores e prefeitos.

O STF anula condenações criminais que tornaram o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva inelegível em 2018. O eleitor foi roubado: independentemente de qualquer argumento jurídico, súbito ou novo, é a confissão institucional de um atentado à democracia.

Lula pode ser candidato em 2022. Jair Bolsonaro, ainda sem filiação partidária, quer erodir a credibilidade do Supremo e fazer ressuscitar o antipetismo.

O primeiro-ministro da França, Jean Castex, ironiza o Brasil pela prescrição de hidroxicloroquina na pandemia e provoca risos na Assembleia Nacional.

Pessoas morrem pelo uso do “kit covid”. Um juiz federal reconhece que a defesa do “kit covid” se “ajusta no espaço do livre discurso político” do presidente insano.

As revistas científicas The Lancet e Science explicitam para o planeta a má gestão do governo brasileiro. Para a OMS, aqui a pandemia está fora de controle.

No Parlamento Europeu, Bolsonaro e crime contra a humanidade são parte de uma mesma equação.

O IBGE revela que cerca de 40 milhões de pessoas (21,7% da população acima de 10 anos de idade) não acessaram a internet em 2019. Dos 4,3 milhões de estudantes que não utilizaram a internet, 4,1 milhões eram da rede pública de ensino.

Bolsonaro não gosta de estatística confiável. O IBGE segue sem recursos para o Censo.

O Supremo atropela a decisão do ministro Kassio Nunes (por enquanto, juiz-estafeta de Bolsonaro) que autorizava aglomerações religiosas na pandemia.

O ministro Dias Toffoli, sempre empenhado em agradar Bolsonaro, adere envergonhadamente ao voto de Kássio, sem declarar o fundamento técnico da lacônica decisão.

Augusto Aras é o adulador-geral da República.

O STF suspende a vigência de decretos presidenciais pró-armas. Com a aposentadoria de Marco Aurélio, cresce a bancada de Bolsonaro no STF.

O Ministério Público Federal acusa o ex-ministro da Saúde, general Pazuello, de improbidade administrativa pela crise do oxigênio em Manaus.

Associação de juristas evangélicos, associação de juristas católicos, associação de juristas islâmicos, associação de juristas democratas. Além de pouca saúde e muita saúva, e da presença extremamente tóxica de policiais e religiosos no Congresso Nacional, o Brasil tem juristas demais.

Para a Receita Federal de Bolsonaro, livro é coisa de ricos. Deve ser tributado.

O assessor supremacista de Bolsonaro, submerso, ainda dá expediente no Palácio do Planalto.

O superintendente da Policia Federal no Amazonas atribui ao ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles o crime de patrocinar interesses privados de madeireiras autuadas e atrapalhar a fiscalização. O governo Bolsonaro remove o delegado.

Repórteres, cinegrafistas e curiosos se acotovelam e se amontoam (com máscara, é claro) na delegacia de polícia que apura no Rio de Janeiro a morte do pequeno Henry.

Ninguém se importa com o risco de contaminação de professores na reabertura das escolas.

Negação da gravidade do vírus, desperdício de recursos, colapso hospitalar, desinteresse pela aquisição de vacinas, desestímulo ao isolamento social, falta de testagem, indiferença, insensatez: a necropolítica de Jair Bolsonaro deixa vestígios em todos os cantos do Brasil.

lfcarvalhofilho@uol.com.br

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