Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
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O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Conselho Nacional de Justiça, Luiz Fux, deve assinar na sexta (20) um convênio com o Movimento AR e a Universidade Zumbi dos Palmares, representados pelo reitor José Vicente. A ideia é que a instituição conduza estudos e pesquisas que viabilizem a implementação das cotas para juízes e estagiários negros no Judiciário.
PAUTA
O Movimento AR busca intensificar e fortalecer políticas afirmativas de inclusão de negros no ambiente universitário e em concursos como forma de combater o racismo estrutural no ambiente público. A iniciativa também tem dialogado com empresários em prol de ações contra a discriminação racial.
Luiz Fux foi nomeado ministro do STF em 2011 por Dilma Rousseff (PT). O jurista tentava integrar o tribunal desde 2004. "Bati na trave três vezes", disse, na época, referindo-se a rejeições anteriores. A cerimônia de posse foi uma das mais concorridas do Supremo, com cerca de 4 mil convidados. Pedro Ladeira-28.jun.2018/Folhapress/
Fux e o também ministro Marco Aurélio Mello conversam um dia antes da sessão de julgamento de habeas corpus preventivo pedido pela defesa do ex-presidente Lula, em 2018. Folhapress/Pedro Ladeira - 21.mar.2018
Fux já afirmou que começou a sonhar com a cadeira do STF aos 30 anos, quando passou em um concurso para ser juiz em Niterói (RJ). Antes de alcançar seu objetivo, foi também ministro do STJ. Carlos Moura-24.out.18/STF/
Ainda ministro do STJ, ele abraça o então presidente do Senado José Sarney durante instalação da Comissão de Juristas que apresentou, em 2010, um anteprojeto do Código de Processo Civil. Fux foi o primeiro judeu a ocupar uma cadeira no STF, que tem tradição de juristas ligados ao catolicismo. Folhapress/Alan Marques - 14.out.2009
Fux senta-se entre Jose Sarney (à esquerda) e Luiz Inacio Adams, então advogado-geral da União, em agosto de 2010, durante a cerimônia de entrega do relatório da Comissão de Juristas, que ele presidiu. Foi durante este trabalho que o atual ministro do STF passou a ter mais visibilidade. Folhapress/Sergio Lima - 8.ago.2010
Em 1994, quando era juiz eleitoral, ele foi ameaçado de morte pela organização criminosa Comando Vermelho. Na época, o TSE detectou fraudes na 25ª Zona Eleitoral, em que Fux atuava. O tribunal pediu auxílio ao Exército para fiscalizar a apuração. Folhapress/Luciana Whitaker - 14.out.1994
Em março de 2011, Fux assume o posto de ministro do STF no lugar de Eros Grau. Na sabatina no Senado a que foi submetido após nomeação de Dilma Rousseff, o jurista afirmou que a neutralidade é um "mito" e que é preciso tratar "desigualmente [os] desiguais". Folhapress/Alan Marques - 3.mar.2011
Fux e a então presidente Dilma participam de solenidade comemorativa ao dia do exército. Folhapress/Sergio Lima - 19.abr.2011
Ele estreou no cargo com um acervo de 2 mil processos devido à demora do governo em preencher a vaga de seu antecessor. A saída de Grau às vésperas da aposentadoria compulsória atrasou o julgamento da lei da Ficha Limpa, que empatou no plenário do STF sem a possibilidade do 11º voto. Em março, Fux votou contra a sua aplicabilidade nas eleições de 2010. Folhapress/Alan Marques - 3.mar.2011
Quando estava em busca da vaga no STF, Fux entrou em campanha: no último ano do governo Lula, reuniu-se com empresários, pediu carta de apoio a João Pedro Stédile, do MST, conversou com o réu do mensalão José Dirceu. Já ministro, negou ter dado qualquer garantia de como julgaria o caso dele. Folhapress/Juca Varella - 12.dez.2014
Réus do PT, no entanto, acreditaram que a indicação poderia render frutos a eles, o que não ocorreu. Em setembro, por exemplo, Fux condenou 9 de 10 acusados. Na foto, Fux e Carmén Lúcia estão no plenário durante um dos julgamentos do Mensalão. Folhapress/Andre Borges - 27.ago.2012
Em agosto de 2014, Fux tomou posse como ministro titular no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Dias Toffoli presidiu a cerimônia, que teve como convidados Ricardo Lewandowski, Renan Calheiros e Jose Sarney, então presidente do STF, presidente do Senado e senador, respectivamente. Folhapress/Pedro Ladeira - 14.ago.2014
Em 2016, Fux envolveu-se em polêmicas em meio à nomeação de sua filha, Marianna, ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A pressão do ministro para que ela chegasse à cadeira fez a OAB-RJ mudar métodos de escolha, para blindar o conselho de possíveis críticas. Divulgação/Isaac Markman
O então presidente Michel Temer conversa com Fux durante sessão solene em comemoração aos 30 anos da Constituição, no STF. Folhapress/Pedro Ladeira - 4.out.2018
Em fevereiro de 2018, Fux compôs novamente o TSE, mas como presidente do tribunal. Na momento da foto ele participava de um evento sobre fake news promovido pela Abratel, em junho daquele ano. Mais perto das eleições, Fux falou que poderia anular candidaturas impulsionadas por notícias falsas. Folhapress/Pedro Ladeira - 20.jun.2018
O presidente Jair Bolsonaro abraça Fux, que participava de cerimônia de entrega de medalhas do Mérito Mauá, no Clube Naval. O ministro rejeitou a denúncia em que Bolsonaro era réu por acusação de racismo e suspendeu a ação penal em que o atual presidente é réu sob acusação de incitar o estupro. Folhapress/Pedro Ladeira - 15.ago.2019
Em agosto, semanas antes de Fux assumir a presidência do tribunal, Bolsonaro o recebeu. Desde junho o presidente vem tentando construir diálogo com o ministro. Divulgação Presidência/Marcos Corrêa - 20.ago.2020
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com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO
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