O bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, reafirmou nesta sexta-feira (16) seu apoio às candidaturas de Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência e de Tarcísio de Freitas (PL) para o Governo de São Paulo.

Nos últimos dias, passaram a circular informações de que o líder evangélico estaria se preparando para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diante de uma possível vitória do petista no pleito deste ano.

A declaração de voto em Bolsonaro foi feita por Edir Macedo por meio de seu perfil em uma rede social. Na seção de comentários, o bispo respondeu a uma seguidora que perguntou quem ele apoiaria para presidente.

"Eu continuo com o Bolsonaro e o Tarcísio para governador", escreveu o líder da Universal. O comentário acumulava mais de 300 curtidas até o início da tarde desta sexta.

A Igreja Universal publicou uma nota sobre o episódio. "A declaração do líder espiritual da Universal põe uma pedra sobre as fake news que varreram as redes sociais nos últimos dias, alegando que a Igreja Universal do Reino de Deus, supostamente, apoiaria a candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República.", diz o texto.

"Depois de se desiludir com vários posicionamentos de governos petistas, o Bispo Macedo vem, nos últimos anos, expressando firme resistência à volta da esquerda ao poder no Brasil", continua.

A nota ainda diz que evangélicos e católicos não compactuam com pautas apoiadas pela esquerda, citando "a legalização do aborto indiscriminado", "a instrumentalização do ensino com pautas socialistas" e "a perseguição religiosa" como exemplos. Nenhuma delas é defendida pelos principais nomes que disputam a Presidência em 2022.

"A Universal não impõe a seus membros que votem em um ou outro candidato, mas reforça a importância de todo cristão exercer sua cidadania plena por meio do voto consciente", defende a instituição religiosa.

Pesquisa Datafolha divulgada na quinta (15) mostra que Lula conseguiu reduzir na última semana sua distância para Jair Bolsonaro entre evangélicos, de 23 para 17 pontos percentuais.

Enquanto isso, o presidente fez o mesmo entre católicos, que são mais numerosos na população, diminuindo a vantagem do petista de 27 para 23 pontos.

Ambos os movimentos ocorreram nos limites das margens de erro do levantamento, que ouviu 5.926 pessoas de terça (13) a quinta (15). Ela é de dois pontos no geral e entre católicos, mas sobe para três pontos entre os evangélicos.

No Brasil, 56% do eleitorado declara ser do primeiro grupo religioso e 27%, do segundo, de acordo com o Datafolha.

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}