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Silvio de Almeida volta atrás em nomeação de babalorixá e oferece cargo inferior em ministério

Sidnei Nogueira diz à coluna que não pretende aceitar nova oferta pois estaria 'aquém' de sua formação e carreira

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O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio de Almeida, voltou atrás após ter nomeado o babalorixá e pesquisador Sidnei Nogueira para assumir a Coordenação-Geral de Liberdade Religiosa, vinculada à pasta.

A indicação foi publicada no Diário Oficial da União na última quarta-feira (8). Dois dias depois, porém, uma nova portaria tornou a nomeação sem efeito.

Silvio Almeida foi anunciado nesta quinta (22) como ministro dos Direitos Humanos do novo governo Lula - Pedro Ladeira - 8.dez.22/Folhapress

O babalorixá diz que não estava à espera da mudança. "Fui surpreendido com o comunicado de que seria 'desnomeado' para o cargo, por motivos alheios à minha vontade e desconhecidos por mim", afirma ele à coluna.

O líder religioso chegou celebrar a novidade e disse que a indicação havia sido acertada com um mês de antecedência. Procurado, o ministério diz que "tinha erro com relação à nomenclatura do cargo" e, por isso, a portaria foi tornada sem efeito.

"Logo que finalizada a correção, nova portaria será publicada com a nomeação no cargo correspondente", segue o comunicado.

Já Nogueira afirma que a pasta agora ofereceu "um cargo inferior [ao previamente acordado, de coordenador]" e que não pretende aceitar a oferta. "Está aquém da minha formação e da minha carreira atual. E o novo cargo impossibilita a minha mudança para Brasília."

O babalorixá é doutor em semiótica e autor do livro "Intolerância Religiosa" (editora Jandaíra, 2020).

Ele diz que seguirá "em defesa do diálogo interreligioso e contra o racismo religioso como sempre fiz". E finaliza: "Aceitei o convite porque entendia que tinham, em meu nome, formação técnica e história adequadas".

O babalorixá já criticou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro quando a mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma fala contra religiões de matriz africana durante as eleições de 2022.

Michelle compartilhou uma publicação que afirmava que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "entregou sua alma para vencer essa eleição". O texto era acompanhado por um vídeo que exibia encontros do petista com lideranças de religiões de matriz africana.

Sidnei Nogueira classificou a atitude como irresponsável. "É uma personalidade com prestígio, com legitimidade, com a voz expandida. Não é qualquer pessoa. É uma pessoa associada ao Poder Executivo", afirmou ele à coluna naquela época.


MEU CARO AMIGO

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, foi homenageado em jantar oferecido pelo advogado Fábio Tofic Simantob, em sua casa, em São Paulo, na semana passada. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli estiveram lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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