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Correspondente da Folha na Ásia

Imprensa chinesa se divide entre cantar vitória e expor os erros

Em Wuhan, hospitais já se esvaziam, mas 'médicos dizem que colegas morreram em meio à ocultação' das infecções

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Editado por Hu Xijin, talvez o jornalista chinês de maior repercussão no Ocidente, o Global Times/Huanqiu atravessou terça com manchetes triunfantes como “China está fora do momento mais sombrio”, frase do presidente Xi Jinping publicada com a imagem acima.

Canais estatais chineses passaram a transmitir imagens de hospitais vazios em Wuhan. O South China Morning Post manchetou a pergunta “Viagem de Xi a Wuhan mostra que a China está perto da vitória contra o coronavírus?”.

No Ocidente, o New York Times entrou com “breaking news”, descrevendo a visita como “forte sinal de que Pequim avalia que o pior já passou”.

Editado por Hu Shuli, também conhecida no Ocidente, o Caixin vem noticiando com Bloomberg a recuperação nas operações das “maiores corporações”, como Alibaba, JD.com e Foxconn, que produz o iPhone, e até da rede Starbucks no país.

Mas as manchetes do Caixin já trocam os sinais de vitória contra o coronavírus pela crítica aos erros do governo, com enunciados como, ao longo da terça, “Médicos de Wuhan dizem que colegas morreram em vão em meio à ocultação” das infecções. A investigação mobilizou cinco repórteres.

OPOSTOS

Hu Xijin e Hu Shuli já foram objeto de perfis em veículos como NYT e New Yorker. Ele estava nos protestos de Tiananmen e hoje defende o PC. Ela foi guarda vermelha na Revolução Cultural e hoje critica Xi, seu velho amigo.

ABATE

Jeremy Warner, colunista de economia e um dos editores do Telegraph, jornal onde escrevia o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, vinha minimizando o coronavírus até o choque de segunda-feira nos mercados. Chegou a escrever, a certa altura:

“De uma perspectiva econômica totalmente desinteressada, o Covid-19 pode até se mostrar levemente benéfico a longo prazo, ao abater desproporcionalmente os idosos dependentes.”

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