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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Senadores que assinaram CPI da Covid dizem que ordem de Barroso foi indevida e temem aglomerações

Colegas do ministro no STF também apontam contradição com a decisão sobre cultos e missas

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Entre os senadores que assinaram o pedido de criação da CPI da Covid há um grupo que ficou contrariado com Luís Roberto Barroso.

Além de enxergarem uma interferência indevida na atitude do ministro do STF, eles acompanham o raciocínio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), segundo o qual a CPI exige trabalhos presenciais que não são seguros durante o pico de pandemia como atravessa o Brasil.

Colegas de Barroso na corte apontam contradição com a decisão sobre cultos e missas.

"É mais uma intromissão. Não vejo o Supremo com a prerrogativa de instalar uma comissão", diz Plínio Valério (AM), que pediu ao PSDB que não o indique para qualquer posição na CPI. "Se fosse eu o presidente do Senado, não obedeceria. Foi uma decisão muito invasiva. Vai ter uma reação política."

Ele ainda diz que é uma insensatez instalar uma CPI agora, quando os funcionários estão em home office e os senadores estão em seus estados. Valério ressalta, no entanto, que não retirará sua assinatura.

Styvenson Valentim (Podemos-RN), por sua vez, diz que considera, sim, a possibilidade de tirar seu nome. “Quando coloquei, não esperava que seria assim. Espera-se que o Judiciário seja imparcial, mas não é o que vemos. O próprio ministro Barroso acusa em entrevistas o presidente de defender a ditadura, de ser truculento com a imprensa", diz. "Estamos pregando 'não aglomere' e fazemos uma CPI? E CPI não é possível fazer de maneira remota, você não tem a segurança e as garantias necessárias."

Ele diz que há questões mais urgentes a serem tratadas pelos senadores e que a CPI poderia esperar mais um pouco a ser instalada, sem necessidade de interferência do STF.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) durante sessão no Senado - Jefferson Rudy-20.set.2019/Agência Senado

O temor dos riscos é compartilhado por membros do próprio Supremo, que, mesmo tendo concordado com Barroso sobre haver jurisprudência, preocupam-se com os efeitos sanitários na Casa, que já perdeu três senadores para a Covid-19, o último há menos de três semanas.

Há também o grupo que defende que é possível começar os trabalhos à distância, com audiências, e depois entrar na parte presencial. É o que diz, por exemplo, Álvaro Dias (Podemos-PR).

No STF, Marco Aurélio Mello argumenta no mesmo sentido. “A internet, meu Deus do céu, apresenta múltiplas facetas viabilizando o trato das matérias”, diz o ministro.

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