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Editado por Guilherme Seto (interino), espaço traz notícias e bastidores da política. Com Catarina Scortecci e Danielle Brant

Reunião de ministros com PSD teve momentos tensos e cobrança por mais participação de Lula

Presença da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, causou desconforto nos presentes

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Brasília

A reunião entre o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e os parlamentares do PSD teve momentos de tensão e cobranças por mais autonomia na participação do governo e mais presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na articulação.

Uma das falas mais contundentes, segundo relatos, foi do deputado Domingos Neto (PSD-CE). Ele afirmou que não adiantava trazer os ministros do PSD para o encontro como uma forma de cobrar fidelidade no Congresso.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anuncia Alexandre Padilha (PT) como ministro da Secretaria de Relações Institucionais (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino) - REUTERS

"O ministro André de Paula [Pesca, da cota do partido] não vai conseguir os votos, mas não é porque não seja habilidoso e leal, é porque vocês entregaram a ele um ministério com o orçamento menor que uma superintendência do Dnit {Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes]", disse o parlamentar, segundo relatos ao Painel.

Houve críticas ainda à dificuldade de o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também ligado ao partido, de indicar os cargos na sua pasta. Como o Painel mostrou, até o secretário-executivo foi imposto pelo Planalto, após veto ao escolhido por Silveira.

Representantes do governo lembraram, então, que o PSD tinha ganhado a queda de braço para a nomeação de André Pepitone para a diretoria financeira de Itaipu. Ele chegou a ser nomeado e destituído para abrigar Pedro Guerra, filho do ex-ministro Alceni Guerra, com o beneplácito da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. A resposta foi: "Querem de volta?".

A presença de Gleisi foi outro motivo de incômodo. Deputados que participaram da reunião entenderam que ela estaria ali por ter avalizado a construção da base aliada, ainda no governo de transição.

Hoje, no entanto, ela preside e defende os interesses do PT, muitas vezes divergentes dos demais partidos. São frequentes as críticas de que o partido do presidente teve preferência na escolha dos cargos.

Nas palavras de um dos deputados presentes, o problema no fundo é que o Brasil estaria disputando "uma Copa do Mundo com o Pelé no banco", referindo-se a Lula. A ausência do presidente nas articulações políticas e a concentração das propostas no ministro da Casa Civil, Rui Costa, teriam como resultado uma gestão excessivamente petista.

Se Lula estivesse participando, acreditam os parlamentares do PSD, teria o termômetro e poderia trazer mais o espírito da frente ampla que o elegeu.

Um dos ministros da legenda corroborou as críticas. Para ele, Costa se comporta mais como um secretário-executivo do governo, sem dar prioridade à dimensão política do cargo que ocupa.

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