Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Tucanos ligados a Eduardo Leite votaram contra o arcabouço

Lucas Redecker e Daniel Trzeciak estão entre os três que não chancelaram o texto

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A maioria da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados votou favoravelmente ao arcabouço fiscal, mas o partido teve uma significativa dissidência de opositores da matéria. Foram 11 tucanos pela medida e 3 contrários.

Entre os opositores estão os gaúchos Lucas Redecker e Daniel Trzeciak, os mais ligados ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que também é presidente nacional do partido e grande aposta para a eleição presidencial de 2026.

"O PSDB é lutador da causa da responsabilidade fiscal. O texto fala muito de receita, mas não de corte de despesas", diz Trzeciak. Ele diz que não tratou do assunto com Leite. "Mas certamente essa posição representa um pouco do que ele acredita", diz.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do novo arcabouço fiscal na noite desta terça-feira (23) por 372 votos a 108.

Em vitória para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do novo arcabouço fiscal na noite de terça-feira (23) por 372 votos a 108.. Folhapress/Pedro Ladeira

O novo arcabouço fiscal vai substituir o atual teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas à inflação e ainda está em vigor, embora tenha sido driblado nos últimos anos.. Folhapress/Pedro Ladeira

Para a substituição ser efetivada, porém, o texto ainda depende de votação de destaques (mudanças no texto), o que está previsto para esta quarta-feira (24), e depois passar pelo Senado Federal.. Folhapress/Pedro Ladeira

Em março, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou uma proposta para o arcabouço fiscal. O texto sofreu alterações pelo relator do projeto na Câmara dos Deputados, Cláudio Cajado (PP-BA), em resposta a críticas.. Folhapress/Pedro Ladeira

O governo avalia que o teto de gastos limitou a capacidade do Estado de promover políticas públicas. Apesar disso, reconhece que não é possível ficar sem uma regra de controle para as despesas.. Senado Federal/Pedro Gontijo - 30.mar.2023

O arcabouço estabelece que as despesas precisam crescer num ritmo menor que a arrecadação. A porcentagem proposta é de 70%.. Folhapress/Gabriela Biló

O crescimento real das despesas não poderá ser menor que 0,6% nem maior que 2,5%. Por exemplo, se as receitas subirem 4%, o aumento permitido para as despesas seria de 2,8% (70% de 4%), mas a regra barra essa elevação pelo teto de 2,5%.. Senado Federal/Pedro Gontijo - 30.mar.2023

A proposta prevê um piso de investimentos próximo a R$ 75 bilhões, a ser corrigido pela inflação. Em 2024, governo poderá ampliar o limite de gastos caso a arrecadação venha acima do esperado, até o mesmo limite de 2,5%.. Senado Federal/Pedro Gontijo - 30.mar.2023

Haddad ainda afirmou que vai apresentar um pacote de medidas para elevar a arrecadação federal entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões por ano.. Senado Federal/Edilson Rodrigues - 30.mar.2023

Após a aprovação na câmara, o texto segue para o Senado, presidido por Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Se não houver mudanças, o texto vai à sanção presidencial.. Folhapress/Jardiel Carvalho

O placar expressivo mostra uma ampla folga em relação ao mínimo de 257 votos que o governo precisava reunir para a aprovação de um projeto de lei complementar. Na semana passada, a votação da urgência já havia reunido 367 votos.

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