Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Dom Odilo apoia nome de reitora da PUC-SP que enfrentou Erasmo Dias para estação de metrô
Nadir Kfouri confrontou a ditadura militar e foi a primeira mulher reitora de uma universidade católica
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Arcebispo de São Paulo, o cardeal dom Odilo Scherer decidiu apoiar projeto de lei que propõe que a estação de metrô PUC-Cardoso de Almeida, em Perdizes, que deve começar a operar a partir de 2025, receba o nome da professora Nadir Kfouri (1913-2011), que foi reitora da PUC-SP.
Scherer, que também é grão-chanceler da PUC-SP, afirmou que a docente ocupou o cargo de reitora no importante momento de manifestações em favor da redemocratização do país e que a instituição pagou "um preço caro" pela postura "em favor da democracia naquela ocasião".
De autoria da deputada estadual Beth Sahão (PT-SP), o projeto é um contraponto à decisão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) de promulgar uma homenagem ao coronel Erasmo Dias, expoente da ditadura militar que passou a dar nome a um trevo rodoviário em Paraguaçu Paulista, cidade do interior paulista onde nasceu.
Em um dos episódios mais conhecidos de sua trajetória, Nadir Kfouri, primeira mulher reitora de uma universidade católica no mundo, confrontou o coronel, que comandou a invasão da instituição de ensino em 22 de setembro de 1977.
Ela se recusou a apertar a mão de Dias, cena que foi fotografada e repercutiu amplamente à época. Ela depois apresentou uma queixa-crime contra a Secretaria da Segurança Pública pela invasão e danificação das instalações.
Na sua função, a reitora atuou na resistência à ditadura militar, contratando e protegendo professores perseguidos pelo regime de exceção.
A invasão da PUC-SP comandada por ele foi a última grande operação do regime militar (1964-1985) contra o movimento estudantil. Na ocasião, estudantes faziam um ato público pela reorganização da UNE (União Nacional dos Estudantes).
A ação resultou na detenção de 854 pessoas, levadas ao Batalhão Tobias de Aguiar. Delas, 92 foram fichadas no Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo) e 42 acabaram processadas com base na Lei de Segurança Nacional, acusadas de subversão.
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