Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Empresa contratada por Tarcísio para venda da Sabesp subcontratou consultoria
IFC, ligada ao Banco Mundial, poderá receber até R$ 45,6 milhões; governo diz que prática é usual
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A IFC (International Finance Corporation), consultoria ligada ao Banco Mundial que foi contratada pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) para analisar a viabilidade da privatização da Sabesp, subcontratou outras empresas para realizar parte dos estudos.
Para a gestão estadual e para a consultoria, trata-se de uma prática habitual do setor. Já a oposição diz que a subcontratação revela erro na contratação sem licitação da IFC por parte do governo, insuficiência técnica da consultoria escolhida e uma suposta influência do mercado financeiro na análise técnica da desestatização.
Em resposta a questionamentos enviados pelo deputado estadual Antonio Donato (PT), a Secretaria de Parcerias em Investimentos da gestão Tarcísio disse que a IFC contratou "consultorias externas especializadas" para "assegurar consistência nas recomendações" para o governo de São Paulo.
Em sua resposta, a pasta identificou o Boston Consulting Group, empresa que teria sido contratada para "auxiliar na parte estratégica da transação".
"O BCG possui time próprio de pesquisa que colhe informações primárias e secundárias de mercado", diz o ofício da secretaria, que também afirma que as capacidades da IFC foram complementadas com consultorias jurídica e estratégica.
"A IFC atuou coordenando as consultorias, procedendo à revisão e sistematização dos trabalhos", diz o texto.
Fundado em 1963, nos Estados Unidos, o BCG é especializado em consultoria estratégica para empresas. O site do BCG afirma que eles possuem escritórios em mais de 50 países pelo mundo, 30 mil funcionários e que tiveram receita de US$ 11,7 bilhões em 2022. No Brasil, há representações em São Paulo e Rio de Janeiro.
Donato pergunta se a IFC, contratada para fazer o estudo, não teria capacidade de realizar a análise encomendada e critica a subcontratação de consultorias.
"A IFC, do Banco Mundial, foi só uma fachada para esconder os verdadeiros autores do estudo, o mercado financeiro, sediado na Faria Lima", afirma o petista, citando a avenida em que fica o escritório da consultoria em São Paulo.
Em nota, o governo de São Paulo afirma que "as contratações de atividades complementares são bastante usuais neste tipo de projeto" e que "a responsabilidade técnica sobre os estudos é da IFC, que conta com time de especialistas locais e globais para isto".
A contratação da IFC já foi motivo de outras críticas da oposição a Tarcísio. Entre os principais pontos atacados estão o fato de não ter havido licitação e de que a empresa receberá até R$ 45,6 milhões caso constate a venda da Sabesp irá beneficiar a população, mas só R$ 8,6 milhões caso conclua negativamente —para os críticos da privatização, esse critério pode enviesar o trabalho da consultoria.
O governo estadual não detalhou quanto a IFC pagará pelas consultorias jurídica e empresarial que foram subcontratadas.
O projeto de lei de venda da Sabesp voltará a ser discutido pelos deputados no congresso de comissões da Assembleia Legislativa de São Paulo nesta segunda-feira (13). A audiência pública será realizada na quarta-feira (16).
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters