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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Tarcísio distribui emendas até para o PT e ignora bolsonaristas, que criticam

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) têm manifestado insatisfação com o governador de São Paulo

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São Paulo

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) tem gerado irritação no bloco de bolsonaristas da Assembleia Legislativa de São Paulo por estar pagando as indicações parlamentares de deputados do centrão e até mesmo da oposição enquanto ignora os aliados.

A insatisfação se soma ao incômodo dos bolsonaristas com gestos de Tarcísio que têm sido interpretados como acenos a grupos de esquerda e identitários. Em entrevista à Folha, o deputado Gil Diniz (PL) disse que o governador não investe no "orgulho conservador".

As indicações são uma série de pedidos ou sugestões que qualquer parlamentar pode fazer ao governador e que são publicadas no Diário Oficial.

Os valores podem representar até mais do que as emendas impositivas que, como diz o nome, o governo é obrigado a pagar a todos os deputados. As indicações ganham importância para os deputados de primeiro mandato, que neste ano ainda não têm emendas desse tipo incluídas no orçamento.

Deputados Tenente Coimbra, Gil Diniz e Lucas Bove com Tarcísio de Freitas durante evento no Palácio dos Bandeirantes - Reprodução/@carteiroreaca no Instagram

Os membros do recém-criado bloco bolsonarista —Lucas Bove, Gil Diniz, Tenente Coimbra e Major Mecca, todos do PL— não receberam repasses em 2023.

Levantamento da Folha mostrou que o Republicanos, do governador, levava vantagem com R$ 18,2 milhões em repasses até o fim de outubro. Em seguida, vinham o PL (R$ 13,5 milhões), PSD (R$ 11,6 milhões) e o PSDB (R$ 9,9 milhões), todos da base de sustentação de Tarcísio.

O governo prometeu R$ 11 milhões aos parlamentares da base e metade aos de oposição.

Deputados de PT, PCdoB, PSB e PDT têm tido os seus pedidos atendidos, o que só faz aumentar o aborrecimento dos bolsonaristas.

Andrea Werner (PSB) e Emídio de Souza (PT), por exemplo, já viram o pagamento de R$ 1,3 milhão em indicações parlamentares, segundo compilação com base no site da Secretaria de Governo.

"Enviamos todas as indicações em abril, conforme orientado pelo Executivo. Até o presente momento não obtive nenhum retorno a não ser pedidos de paciência e de apoio. Quanto ao motivo pelo qual nossas emendas não são pagas, prefiro não comentar", diz Bove ao Painel.

O deputado estadual Lucas Bove (PL) durante sessão na Assembleia Legislativa de SP - Divulgação-20.out.2023

Gil Diniz publicou indireta sobre o tema em suas redes sociais. Ele escreveu que Tarcísio enviou R$ 500 mil para município do interior por indicação da deputada Thainara Faria, do PT, que, segundo ele, não agradeceu ao governador.

"Ingratidão é um dos piores defeitos que um ser humano pode ter", escreveu o deputado, em recado que mira mais o governador do que a petista.

Em nota, a Secretaria de Governo e Relações Institucionais do Governo de São Paulo afirma que "está em contato com os parlamentares para que sejam promovidas as adequações necessárias para o andamento processual das indicações voluntárias". O argumento é o de que indicações que não têm avançado, de modo geral, têm apresentado falhas técnicas nos pedidos elaborados pelos deputados.

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