Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Grupo Silvio Santos propõe à Prefeitura de SP vender terreno para Parque do Bixiga por R$ 80 mi
Implantação do parque era sonho do diretor Zé Celso, fundador do Teatro Oficina
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O Grupo Silvio Santos enviou ofício ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em que afirma que está disposto a aceitar uma proposta de cerca de R$ 80 milhões pela venda do terreno para a construção do Parque Municipal do Rio Bixiga. O documento é assinado pelo presidente do grupo, José Roberto dos Santos Maciel.
O terreno de 11 mil metros quadrados está localizado na região central de São Paulo e tem sido objeto de disputa por mais de quatro décadas entre o Teatro Oficina e a empresa do apresentador de TV, que pretendia construir no local três prédios de uso comercial e residencial.
No documento a que o Painel teve acesso, Maciel afirma que é de conhecimento público que o grupo tinha projetos imobiliários no local. No entanto, escreve, as disputas judiciais nos últimos anos "consumiram o dispêndio de enormes valores" e adiaram a realização dos planos.
Por isso, diz o texto, o grupo estaria disposto a aceitar o valor de R$ 80 milhões pelo espaço. A gestão municipal agora deve avaliar a proposta.
"Instados a rever esse nosso propósito [de construir no local], e considerando-se todos os investimentos realizados, despesas incorridas e o potencial imobiliário construtivo, estamos dispostos a considerar uma proposta de venda do referido terreno em torno de R$ 80 milhões", diz o documento.
A apresentação de uma proposta com valor específico pode representar mais um passo de evolução nas tratativas, já que o Grupo Silvio Santos sempre insistiu em seu propósito de desenvolver um empreendimento imobiliário no local.
Em março, a Justiça de São Paulo homologou um acordo de R$ 1 bilhão firmado entre o Ministério Público, a prefeitura e a Uninove (Universidade Nove de Julho) segundo o qual R$ 51 milhões seriam utilizados para a compra desse terreno.
A implantação do parque era um sonho do diretor José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, fundador do Teatro Oficina que morreu em julho de 2023.
Com o apoio de intelectuais, artistas e políticos, o empreendimento imobiliário do dono do SBT foi barrado na Justiça e em órgãos de preservação do patrimônio.
Entidades da sociedade civil, como a Appit (Associação do Proprietários e Protetores de Imóveis Tombados) e a Samorcc (Sociedade de Amigos e Moradores do Cerqueira César), também encamparam a luta pela instalação do parque.
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