Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, incomodou-se com a postura de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, que telefonou para o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) para tratar do processo que pode levar à cassação da concessão de distribuidora de eletricidade Enel na capital, como revelou o Painel.
Na avaliação do emedebista, o ministro demorou a dar atenção ao tema e agora decidiu adotar medidas apenas por interesse político-eleitoral. O psolista é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e terá Nunes como um de seus adversários.
Nunes tem criticado a atuação da Enel na capital nos últimos meses e enviou representações à Aneel e ao Tribunal de Contas da União e ingressou com duas ações judiciais contra a empresa. Silveira não telefonou para ele para discutir o assunto.
"A cidade de São Paulo, por meses, vem sofrendo com o descaso dessa empresa, e em nenhum momento o ministro de Minas e Energia se dignou em ter alguma atitude. Somente agora, após toda a nossa pressão e de forma tardia, toma providência, o que já deveria ter feito meses atrás. Mas para passar a mão no telefone e fazer política, usando o sofrimento da população, ele foi bem rápido", afirma o prefeito à coluna.
Nunes tem enfatizado, durante os apagões, que o contrato de concessão da Enel é com a União e que é fiscalizado por entes federais, o que tem causado incômodo em Silveira, segundo aliados do ministro.
O titular de Minas e Energia anunciou na segunda-feira (1º) a abertura de um processo que pode levar à cassação da concessão da Enel na capital.
Ele e Boulos combinaram de realizar uma reunião na semana que vem para discutir estratégias a serem adotadas em relação aos sucessivos problemas na atuação da empresa na capital.
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