Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Empresas responsáveis por Mariana querem parcelar em 20 anos reparação e geram impasse
Vale, Samarco e BHP, responsáveis pelo desastre em 2015, propõem pagar os R$ 100 bilhões pactuados em prestações iguais por duas décadas
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A proposta de Vale, Samarco e BHP, empresas responsáveis pelo desastre provocado pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), de parcelar em 20 vezes o valor de R$ 100 bilhões pactuado nas negociações para reparação pelo episódio encontra resistência do poder público.
O fluxo de pagamento para cobrir compensações ambientais e a reparação econômica dos atingidos pela tragédia provocou insatisfação de União, governos de Minas Gerais e Espírito Santo, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, além de ministérios públicos e defensorias públicas de MG e ES.
Sob reserva, representantes do poder público ressaltam que, pela proposta das empresas, a última parcela seria paga 30 anos após o desastre que gerou o pagamento das indenizações, ocorrido em 2015.
Pelo acordo construído até agora, o poder público assumirá a maior parte das obrigações relacionadas à reparação. No entanto, com o prazo alongado do parcelamento, a avaliação é de que pode não haver recursos necessários para cumprir o acertado em tempo razoável, principalmente por causa do impacto da tragédia para a população e para o meio ambiente dos estados atingidos.
A proposta do poder público seria o pagamento de 60% nos seis primeiros anos, enquanto o valor restante poderia ser parcelado em nove anos —num total de 15 anos.
As negociações estão em curso no Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF 6ª).
Procurada, a Vale diz que as negociações estão avançadas a partir de propostas previamente apresentadas e divulgadas pelas partes. "Até o momento, nenhum acordo definitivo foi alcançado. A companhia espera chegar a um acordo final no processo de mediação em outubro de 2024, o qual será devidamente divulgado ao mercado".
Já a Samarco afirma estar empenhada na "reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão." "As negociações para repactuação do acordo seguem em andamento, sob sigilo, e a empresa confia que as partes chegarão a um consenso, em breve, dando caráter definitivo ao assunto."
A BHP não respondeu ao pedido de manifestação.
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