Siga a folha

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Empresas estão atrasando decisão de investimentos, diz empresário

Para Luiz Fernando Furlan, Bolsonaro se precipitou ao intervir na Petrobras

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A iniciativa do presidente Jair Bolsonaro de interferir na Petrobras na semana passada foi precipitada, na opinião do empresário Luiz Fernando Furlan, ex-ministro e chairman do Lide (Grupo de Líderes Empresariais). 

"Se a equipe tem uma estrutura e tem gente competente na estrutura, é sempre oportuno ouvir o que dizem os especialistas, mesmo que você não aceite. Mas ouvir é sempre bom", disse Furlan. 

Nesta terça-feira (16), Bolsonaro reuniu-se com sua equipe ministerial, o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, e representantes da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Ao fim do encontro, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que caberá à Petrobras decidir sobre a alta do preço do diesel.

Furlan falou também sobre a expectativa do empresariado em relação à reforma da Previdência. Segundo ele, empresas estão atrasando decisão de investimentos. 
 

O empresário Luiz Fernando Furlan - Marcus Leoni/Folhapress

Por que a confiança tem caído? É desânimo dos empresários em relação à reforma da Previdência?

Ela não precisa ser aprovada para mudar o humor das pessoas. Precisa ser assegurado que vai andar. Tem tido altos e baixos. Quando o setor empresarial vê que a reforma vai andar, que o diálogo entre Congresso e Executivo está melhorando, o ânimo melhora. Quando dá uma tropeçadinha, fica no estado de atenção. Agora, a reforma da Previdência é um passaporte. Você tira o passaporte e ele te dá direito a avançar para outras áreas. A partir do momento em que o governo mostrar que tem competência de aprovar uma reforma básica, eu acho que a sociedade toda vai entender que ele tem competência para avançar com outras coisas. 

Ele ainda não mostrou que tem competência?

Ele está construindo a competência. 

Tem um desconforto no empresariado? 

Uma quantidade grande de empresas está atrasando a decisão de investimentos e isso tem um efeito multiplicador. Um efeito a montante, que significa colocar pedidos de máquinas e equipamentos, e outro a jusante, porque aumenta a produção depois. Então, se não tiver uma sinalização forte, as empresas vão ficar em stand-by. O humor do empresário muda rápido.

 Qual é a sua opinião sobre a iniciativa do presidente Jair Bolsonaro de interferência na Petrobras na semana passada? 

Eu acho que foi precipitado. Eu fui presidente do conselho do BNDES por quatro anos. E um dia, o ministro da Fazenda me falou que era para o BNDES dar um dividendo extraordinário para fechar as contas do superavit primário. Aí eu falei: 'olha, eu vou reunir o conselho e discutir". Então, o ministro da Fazenda me disse: 'mas o chefe mandou'. Eu falei: 'se o chefe mandou, é melhor não ter conselho nem presidente do conselho. Não é assim que funciona numa grande organização'. Certamente, o chefe não entende de tudo. Se entendesse, seria um cientista.

 A brincadeira na sexta-feira (12) foi a de que Bolsonaro 'dilmou' [ao intervir em preço da Petrobras]. O sr. ouviu falar?

Eu ouvi. Eu acho que ele deve ter percebido que não é o melhor caminho. Se a equipe tem uma estrutura e tem gente competente na estrutura, é sempre oportuno ouvir o que dizem os especialistas, mesmo que você não aceite. Mas ouvir é sempre bom. 

Leia a coluna completa aqui. 

com Igor Utsumi e Paula Soprana​ 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas