Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Fim de auxílio financeiro e incertezas da retomada desafiarão Covas em São Paulo
Fatores que fizeram arrecadação do município crescer na pandemia não devem se repetir
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Reeleito neste domingo (29), o tucano Bruno Covas terá que lidar com uma situação financeira particularmente desafiadora ao assumir o segundo mandato como prefeito de São Paulo. Houve forte recuperação das receitas da cidade nos últimos meses, mas tudo indica que o prefeito não contará com os fatores que contribuíram para a melhora no próximo ano. O risco de um novo surto de Covid-19 e dúvidas sobre o vigor da retomada da atividade econômica complicam o cenário.
Após o tombo sofrido nos primeiros meses da quarentena, a arrecadação do ISS (Imposto sobre Serviços), fonte de quase um terço das receitas do município, voltou a crescer em julho. O recolhimento do tributo no período de julho a outubro foi 1% maior que o do mesmo período de 2019, já descontada a inflação.
O auxílio emergencial pago a trabalhadores do setor informal atingidos pela crise do coronavírus contribuiu para o resultado ao sustentar o consumo das famílias mais pobres, mas as últimas parcelas do benefício serão pagas neste ano, e não há previsão de prorrogação.
As receitas acumuladas até outubro são 8% maiores do que as obtidas em igual período no ano passado, em termos reais. Transferências emergenciais de recursos federais foram decisivas para o resultado, mas também não deverão se repetir no próximo ano. O orçamento da prefeitura para 2021 ainda não foi votado pela Câmara Municipal.
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