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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Apenas 24 empresas concentram maior parte dos dividendos, diz pesquisa

Grupo pagou mais de 75% do valor total em 2020, segundo dados Economática

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São Paulo

Mais de 75% do valor dos dividendos e JCP (Juros sobre Capital Próprio) distribuídos por empresas de capital aberto em 2020 foi pago por apenas 24 companhias. Os proventos dessas empresas somam cerca de R$ 100,7 bilhões, segundo dados da Economática analisados pela FGV a pedido do Painel S.A. “Mostra o quanto nosso mercado é concentrado. Esse grupo representa só 10% das companhias da Bolsa que fizeram os pagamentos”, diz Henrique Castro, professor da FGV-SP.

A remuneração de acionistas por meio da distribuição de dividendos entrou no foco no debate com as mudanças na taxação propostas na reforma do IR. Após uma onda de queixas do empresariado, o relator Celso Sabino acenou com alterações na faixa de isenção e na tributação entre empresas do mesmo grupo.

“As empresas estão reclamando, mas a proposta de tributar dividendos não é algo esdrúxulo. Os países, em geral, vão na ideia de que deveria tributar essa renda, que é um rendimento”, afirma Castro.

As 24 maiores pagadoras que lideram o levantamento distribuíram ao menos R$ 1 bilhão cada no ano passado aos acionistas, pessoas jurídicas ou físicas. As maiores remunerações foram feitas por Vale, Itaú, Santander e Ambev, conforme a Economática. Os dados mostram que 239 das 395 companhias com balanços disponíveis distribuíram dividendos e JCP em 2020.

Segundo o professor, 35 empresas que tiveram lucros negativos no ano passado ainda assim distribuíram dividendos. “Elas mantiveram algum nível de pagamento porque os acionistas provavelmente estão acostumados com um fluxo de recebimento. Não pagar poderia afetar a atratividade e ter impacto sobre o preço da ação”, diz.

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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