Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Venda de cloroquina e ivermectina interrompe trajetória de queda
Movimento coincide com o avanço da variante ômicron
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A venda de remédios do chamado kit Covid interrompeu a forte trajetória de queda que vinha registrando nos últimos meses. Os dados fechados em novembro pela consultoria Iqvia, que monitora o varejo farmacêutico, apontam um novo fôlego na procura por produtos como cloroquina e ivermectina, que não têm eficácia comprovada contra a doença, mas foram recomendados por Bolsonaro na pandemia.
As vendas de cloroquina, que caíam desde maio, chegaram a 96,2 mil unidades em novembro, 200 a mais do que em outubro. Já a ivermectina, vermífugo para sarna e piolho, subiu quase 100 mil unidades, para 1,1 milhão.
O movimento coincide com o noticiário da chegada da variante ômicron em outros países, no fim do mês passado, e a perspectiva de chegada no Brasil.
O pico de venda dos dois remédios foi em março deste ano, quando o país registrava mais de 3.000 mortes diárias por Covid. Naquele mês, foram vendidas quase 470 mil unidades de cloroquina, de um total de aproximadamente 4 milhões desde o início da pandemia, e 15,6 milhões de ivermectina, das quase 101 milhões de caixas comercializadas até agora, segundo a Iqvia.
Com Andressa Motter e Ana Luiza Tieghi
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