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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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'Sofremos calados', diz fabricante das urnas sobre ataques bolsonaristas

Presidente da Positivo Tecnologia, Hélio Rotenberg afirma que contou com a ajuda de fornecedores amigos e do próprio presidente do TSE para que eleição ocorresse

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Brasília

Um dos fundadores da Positivo Tecnologia, Hélio Rotenberg comanda a companhia brasileira há 34 anos, período em que a converteu de fabricante de computadores a uma empresa de tecnologia de R$ 5,8 bilhões em vendas. Ele já passou por vários governos, mas as dificuldades sempre foram gerenciais. Em 2021, em meio à pandemia, ganhou a licitação do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] para fabricar as urnas eletrônicas que decidiriam entre Lula e Bolsonaro, seu maior desafio frente aos ataques bolsonaristas.

Helio Rotenberg, presidente da Positivo Tecnologia - 19.jun.2023-Divulgação

Como foi fabricar uma urna fraudável? [risos]
Essa briga política não era nossa. Fomos contratados para fornecer as urnas, seguindo especificações do TSE. Sofremos nas redes com xingamentos.

As redes consideravam o senador Oriovisto Guimarães um bolsonarista.
As redes sociais misturaram, porque [para elas] as urnas da Positivo iriam favorecer um candidato que ia ganhar [Lula]. A gente sofreu calado com isso. Oriovisto é um senador da República. Ele foi um dos fundadores da Positivo, mas não tem participação societária na companhia desde 2012.

As urnas eram seguras?
O projeto da urna é uma obra-prima. É criptografia no máximo, padrão FBI. Chegou uma hora que os próprios críticos diziam que só as urnas antigas tinham problema.

Havia risco de que não ficassem prontas?
Tivemos uma dificuldade enorme para comprar componentes. Eu disse para o vice-presidente mundial de marcas da Texas Instruments [fornecedor de semicondutores dos EUA] para fular a fila: ‘não posso segurar a eleição e se informe um pouco do que está acontecendo no Brasil’. O ministro [Luís Roberto] Barroso [presidente do TSE à época] entrou em campo com embaixadores [pelo fornecimento].

Para os negócios, prefere Lula ou Bolsonaro?
Há coisas boas em ambos os governos, mas o que nos afeta é se a economia vai bem ou mal. Um juro de 13,75% é asfixiante, mas temos aí uma luz no final do túnel. Esperamos que baixe mais, porque dependemos de capital de giro e o ciclo do capital para gente é enorme. O navio demora 55 dias para chegar [da China], você produz, distribui para o Brasil inteiro e, depois, tem o cliente, que demora para pagar.

As mudanças previstas no parcelado sem juros atrapalham?
Torcemos para que possa haver parcelamento. Isso é o mais importante. Talvez tenha que baixar os juros do rotativo, que é muito alto. A classe média e as empresas são dependentes de crédito.


RAIO-X | Hélio Rotenberg

Carreira: Graduado em engenharia civil (UFPR) com mestrado em informática (PUC-RJ), Rotenberg ajudou a fundar o grupo que, inicialmente, desenvolvia plataforma de informática voltada à educação. Com leis de incentivo, a empresa se tornou a maior fabricante de computadores e celulares. Hoje, a empresa criou nove linhas de negócio relacionados à tecnologia.

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