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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu Eletrobras AGU

Ministro cobra participação da Eletrobras no maior leilão de transmissão da história

Governo concederá 4.471 km e obra exigirá R$ 21,7 bilhões em investimentos; chineses são os mais cotados

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Brasília

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), cobrou a participação da Eletrobras privatizada no maior leilão de linhas de transmissão de energia da história, marcado para esta sexta (15), na B3.

"Ela precisa entender a dimensão desse projeto para o governo. Tem de participar porque tem musculatura", disse Silveira ao Painel S.A.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira - Pedro Ladeira - 15.ago.2023/Folhapress

Mesmo assim, o governo avalia que, dada a dimensão do projeto, o grupo chinês State Grid é o mais cotado para levar a concessão.

Silveira, no entanto, quer que a Eletrobras entre na disputa para garantir, ao menos, competição.

"É uma concessão, com receita garantida, um negócio estável", disse.

A União vem travando uma guerra com a Eletrobras para ter maior poder de mando na empresa.

Com a privatização, o governo permaneceu como maior acionista (cerca de 40% das ações), mas não tem voz ou assento no conselho de administração.

Por meio da AGU (Advocacia-Geral da União), o Planalto tenta reverter essa situação (decorrente do modelo de privatização) para ter, ao menos, mais representantes no conselho.

Maior da história

No leilão, serão concedidos 4.471 km de linhas de transmissão, passando por cinco estados (GO, MA, MG, SP e TO). Para garantir mais competição, Silveira disse ter pedido à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para separar o primeiro lote em 5 mini blocos.

O lote 1 é o maior: 1.513 km de linhas em corrente contínua e manutenção de outros 1.468 km já existentes. Esse pedaço do empreendimento consumirá cerca de 80% do total previsto em investimentos, estimados em R$ 21,7 bilhões para acrescentar 9,8 GW (gigawatts) em capacidade ao sistema de subestações.

O risco desse certame para o governo, no entanto, é grande. Caso não haja interessados no primeiro lote, o segundo não irá a leilão.

Além disso, como essas linhas terão de transmitir energia em corrente contínua, é preciso mais fôlego de investimento e financiamento para construir a obra —o que reduz bastante a quantidade de interessados.

"Esse projeto é fundamental para a gente aumentar nossa capacidade de interligação do Nordeste e Centro-Oeste para o escoamento de excedentes de energia limpa para os eixos consumidores do Sul e Sudeste", disse Silveira.

"Isso vai potencializar ainda mais investimentos em energia eólica, solar e de biomassa no Nordeste, com forte conexão com projetos de produção de hidrogênio verde, como os do Piauí."

Silveira afirmou que o governo quer incentivar o uso desse insumo para a produção de fertilizantes, por exemplo.

"E boa parte a gente quer que seja exportada", disse.

Com Diego Felix

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