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Depois da COP28, a hora de agir é agora

Após cúpula do clima, esperança é de que os participantes sejam agentes transformadores ao retornarem a seus países

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Tatiana Monteiro de Barros

Empresária e fundadora do Movimento União BR

O Movimento União BR esteve presente na COP28, em Dubai. Foi uma experiência grandiosa, como sociedade civil organizada, pela primeira vez, estar em um local de tanta troca, escuta e aprendizagem, no qual a diversidade foi celebrada de maneira singular, criando um cenário de respeito, paz e harmonia.

Sentir a energia vibrante dessa união, com pessoas de origens tão diversas, comprometidas com um propósito maior, foi verdadeiramente emocionante.

Como liderança de um movimento nacional que apoia vulneráveis e trabalha com uma grande rede, fomos com a agenda principal de escutar e aprender com outros países e cases internacionais de ajuda humanitária, e entender suas ações para enfrentar os potenciais problemas decorrentes das crises climáticas.

Tatiana Monteiro de Barros durante a COP 28, que discutiu mudanças climáticas em Dubai - Arquivo pessoal

Foram muitos os aprendizados, vimos que nossos desafios são iguais aos de outros países que tanto sofrem com a desigualdade social. Os efeitos climáticos acentuam essa disparidade, por isso, a agenda climática deve andar "de mãos dadas" com a agenda da desigualdade.

Ao sentir isso na pele, o Movimento União BR criou 22 hubs de chuvas nos últimos dois anos em todo o Brasil, em locais fortemente impactados por tragédias climáticas. Já foram apoiadas 26 milhões de pessoas, desde 2020, pelo movimento.

Clima não é um tema exclusivo da elite. Recusar tanta miséria e transformar é imprescindível, assim como a sustentabilidade tripla —econômica, social e ambiental. O mundo precisa se tornar, de fato, sustentável, inovador e inclusivo, como discutido nesta COP.

Depoimentos de representantes de países sobre pessoas altamente impactadas pelas mudanças climáticas, do quanto isso afeta a população vulnerável, que mais sofre, reforçam a essencialidade do trabalho colaborativo e resiliente.

O senso de emergência é coletivo, governo e empresas de todos os portes têm responsabilidade. A mudança, portanto, cabe a todos, não só aos big players. É vital essa união de forças.

O pilar fundamental do Movimento União BR é ter uma grande rede de apoio, conectar-se com comunidades locais, escutar ativamente pessoas para praticar ações assertivas e deixar um legado para as regiões em que atua.

Foi discutido na COP28 que as crianças são o público principal e devem ser priorizadas. Segundo a Unicef, 1 bilhão de crianças estão expostas aos impactos da crise climática, 40 milhões na educação por conta dos locais onde moram e pelas tragédias climáticas.

A crise afeta a saúde, o comportamento social, a qualidade do ar, segurança alimentar, entre outros. O futuro está em risco. O presente já está.

Saúde mental foi outro tema bastante discutido no âmbito da vulnerabilidade e como impacta seriamente pessoas que habitam as áreas afetadas. O Movimento União BR já sentiu essa necessidade e fez alguns projetos com ações voltadas à saúde mental, ao longo de 2023, em São Sebastião, no litoral de São Paulo.

Durante as discussões, não restaram dúvidas de que a hora de agir é agora, de que é preciso investir estrategicamente para fomentar programas humanitários e engajar a comunidade.

A esperança é de que os participantes da COP28 sejam agentes transformadores e consigam mudar essa realidade ao retornarem aos seus países.

Enquanto agentes de mudanças, como missão e responsabilidade, temos que nos antecipar aos problemas. Ouvimos casos iguais ocorridos na África, também em Bangladesh, México e Somália. É triste, mas o tempo está se esgotando.

O Brasil tem o importante papel de ser inspiração, um exemplo global, um agente transformador dessa realidade. Não podemos nos esquecer de que os holofotes do mundo estão, principalmente, sobre a Amazônia, para a COP30, que acontecerá em Belém (PA), em 2025.

Eu e minha parceira, Marcella Balthar, voltamos da COP convictas de que, juntos, é possível transformar um futuro mais sustentável. É ética e moralmente inaceitável deixar para as futuras gerações uma natureza pior do que recebemos.

Como disse Winston Churchill: "Passou-se o tempo das considerações, nós estamos nos tempos das consequências e urgências serão enfrentadas."

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