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Jornalista com formação em comunicação audiovisual pela Universidade de Salamanca (Espanha).

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Moda

Vaticano empresta peças para mostra de moda do Met ciceroneada por Rihanna

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Uma das instituições mais tradicionais do mundo, a Igreja Católica se rendeu à moda. Para a ocasião, que será celebrada com o maior rega-bofe fashion do ano, na segunda-feira (7), haverá cicerones bem distantes do conceito de santidade: a cantora Rihanna e a estilista Donatella Versace.

Ambas foram convidadas pela editora-chefe da “Vogue” americana, Anna Wintour, para serem “hostess” do Met Gala 2018, festa beneficente que reúne celebridades em torno da abertura da mostra anual do Instituto de Vestuário do Metropolitan Museum, de Nova York.

Elas serão as primeiras a ver de perto os cerca de 50 itens do Vaticano, alguns saídos do guarda-roupa da sacristia da Capela Sistina, que chegaram a Manhattan para a mostra “Heavenly Bodies: Fashion and the Catholic Imagination” (em tradução livre, Corpos Celestiais: Moda e o Imaginário Católico)

Foram necessários dois anos de negociações com a Igreja para o curador do Met, Andrew Bolton, conseguir acessar salas secretas e armários exclusivos para além das paredes do museu do Vaticano. 

Arcebispo e prefeito da casa pontifícia, dom Georg Gänswein autorizou a saída de peças como uma tiara forrada com 18 mil diamantes dada de presente pela rainha Isabel 2ª da Espanha (1830-1904) ao Papa Pio 9º (1792-1878), uma mitra do papa Pio 11 (1957-1939) presenteada pelo ditador fascista Benito Mussolini (1883-1945) e um par de sapatos vermelhos de João Paulo 2º (1920-2005).

Não se trata de uma mostra sobre a religião, mas sobre como ela influiu na produção de moda e acessórios ao longo dos séculos. Quadros e artigos históricos serão expostos ao lado de trajes assinados por grifes emblemáticas do luxo, a exemplo das italianas Dolce & Gabbana e Versace, duas das que mais exploraram a iconografia religiosa em suas coleções.

No anúncio oficial da mostra, em fevereiro, o ministro da Cultura do Vaticano, cardeal Gianfranco Ravasi, citou o apoio da Igreja à mostra se apoiando na ideia de que a moda teria a ver com a criação do mundo. “Foi Deus quem nos vestiu. Deus foi o alfaiate do Gênesis”, disse em relato publicado no jornal “The New York Times”.

No mesmo artigo, o jornal reproduz uma fala do cardeal na qual ele defende a moda como uma “linguagem cultural crítica”, que reproduziu o “esplendor e a beleza da Igreja”.

Os traços comuns entre a vestimenta de gala e os trajes eclesiásticos teriam chamado a atenção dos sacerdotes para a relação do vestuário com a religião, colaborando para a abertura das portas do Vaticano ao projeto.

As boas intenções dos curadores, no entanto, podem não encontrar eco na festa da próxima segunda. Apesar de beneficente, o baile do Met é reconhecido pelos convidados abastados que pagam centenas de milhares de dólares por um lugar na ceia grifada, e, claro, pelo habitual desfile de estrelas trajadas com os figurinos mais abusados do ano.

É praxe que o traje de gala da festa remeta ao tema da exposição, e já circula a notícia que a socialite Kim Kardashian entrou no clima e está de jejum há dias, só que para caber no look de alta-costura santificado. Qual santa, personagem bíblico ou anjo ela homenageará, ninguém se arrisca a dizer.

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