Mesmo com a morte de Karl Lagerfeld, os bordados e o resgate da identidade de estilo clássico criado por Coco Chanel não serão postos de lado. Braço direito do estilista até a última coleção, a francesa Virgine Viard é a nova diretora criativa da Chanel.

Faz 30 anos que ela mergulha nos arquivos do ateliê Lesage para ajudar o estilista nas coleções desde os primeiros anos em que assumiu o posto na etiqueta.

Viard é o sujeito oculto de todas as coleções assinadas pelo “kaiser”, porque era ela quem coordenava os processos de criação até a passarela. Lagerfeld criava os esboços, e Viard, chefe do estúdio, tocava em frente até a última linha costurada na roupa.

​Foi ela quem apareceu no final do desfile de alta-costura no mês passado, quando a grife alegou indisposição do estilista para explicar sua ausência.

Não há muitos registros de seus trabalhos solos. Fora da Chanel, ela enveredou pela indústria cinematográfica e assinou figurinos para filmes independentes. São dela os guarda-roupas de “A Liberdade é Azul” (1993) e “A Igualdade É Branca” (1994), da trilogia das cores do cineasta Krzystof Kieslowski.

Sozinha, ela tem a missão de reinterpretar não apenas os códigos de Coco Chanel como também os do sucessor Lagerfeld. Em um futuro próximo, no entanto, Viard cobrada a criar uma assinatura própria de estilo. Enquanto isso, continuará confortável na sombra de dois gênios.