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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Segredo para ser campeão é saber sair da derrota

Virou moda no Brasil fazer o discurso demagógico de que não é normal perder

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Jorge Jesus pareceu incomodado pelo empate contra o São Paulo. Se a arbitragem errou ao permitir 27 faltas são-paulinas, o ritmo rubro-negro quebrou-se, porque Fernando Diniz tirou velocidade na segunda etapa, com troca de passes curtos.

Quem quiser ganhar do Flamengo terá de tirar seu ritmo. O São Paulo conseguiu.

Na luta para alcançar o líder, o Palmeiras teve atuação ruim no primeiro tempo, mas mostrou tranquilidade para entender a derrota e mudar o ritmo da segunda etapa. Virou moda no Brasil fazer o discurso demagógico de que não é normal perder. É normal, sim. Anormal é um time campeão não saber como sair de suas derrotas e aumentar o tamanho da crise.

O Flamengo ganhou o Brasileiro de 1980 perdendo do Botafogo-PB. O time que venceu o Brasileiro de 2009 levou 5 x 0 do Coritiba. O Palmeiras foi campeão em 2018, no mesmo ano em que perdeu em casa para o Sport, rebaixado.

Jorge Jesus pareceu inconformado com a maneira como o São Paulo lhe roubou dois pontos, no sábado (28). Fernando Diniz conseguiu fazer sua equipe tirar velocidade do jogo, não apenas com faltas. Também com passes curtos.

Gabriel, do Flamengo, em lance com Daniel Alves, do São Paulo, no sábado (28) - Sergio Moraes/Reuters

O primeiro empate do Flamengo como mandante precisa servir para corrigir erros, não para inconformismo. Saber perder é sempre importante para voltar a vencer.

Agora que o Palmeiras terá semanas de folga, enquanto o rubro-negro disputa a Libertadores, uma dúvida poderá ser esclarecida. Se o campeonato vai consagrar o time com o elenco mais qualificado, o Palmeiras, ou o que tem a melhor equipe titular, o Flamengo.

Em princípio, a resposta parece ser os 11 de Jorge Jesus. Isso porque a direção da Gávea contratou jogadores decisivos. Podem até não servir para a primeira linha do futebol europeu, mas têm capacidade para definir partidas no Brasil. 

Mal comparando, quando o São Paulo foi bicampeão mundial, Muller, Toninho Cerezo e Leonardo não serviam mais para os europeus e por isso voltaram. Mas os três faziam diferença na América do Sul.

Se contar sempre com seus onze titulares, o Flamengo será campeão brasileiro. Mas não contará. Gabriel, por exemplo, está suspenso contra a Chapecoense e estará na seleção contra Atlético-MG e Athletico-PR.

O Palmeiras terá seu elenco para tentar o bicampeonato. Semana que vem contra o Atlético-MG, depois contra o Santos, na Vila Belmiro.

Enquanto isso, o Flamengo precisará mexer em seu time. Não é justo dizer que Jorge Jesus tropeçou quando escalou a equipe que era usada por Abel Braga, ao preservar Gérson, Rafinha e Filipe Luís contra o São Paulo. Não foi esta a questão decisiva.

O Flamengo melhorou com Jorge Jesus e parece se cansar pela sequência com os mesmos titulares.

Segue uma equipe muito forte. A questão é como se comportará com desfalques e com quartas-feiras seguidas de jogos da Copa Libertadores.

Há depoimentos de torcedores do Benfica que atribuem as derrotas na reta de chegada do Campeonato Português e da Liga Europa, de 2013, às escalações seguidas dos mesmos titulares, sem Jorge Jesus poupar ninguém.

O maior risco do Flamengo perder o Campeonato Brasileiro parece ser cansar seus titulares, enquanto o Palmeiras escala elenco homogêneo.

Tirar velocidade

Faltas à parte, o São Paulo trocou passes curtos e tirou velocidade da troca de passes do Flamengo. O maior mérito são-paulino foi esse e não se trancar. Fernando Diniz tem agora a missão de fazer o time trocar mais passes e ameaçar mais do que no Maracanã.

O maior crítico

O maior crítico do Corinthians tem sido Fábio Carille. O próprio treinador abriu a entrevista coletiva, depois de vencer o Vasco, dizendo que não gostou do seu time. Ninguém está gostando. O trabalho atual não vai levar a título, mas dará uma vaga na Libertadores.

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