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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Saga de brasileiros na fase de grupos da Libertadores começa nesta semana

Ter mais representantes na competição aumenta a chance de título e também de fracasso

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​Hoje é dia de Real Madrid x Barcelona, mas Porto Alegre só fala do Gre-Nal de 12 de março, o primeiro da história na Libertadores. A ansiedade pelo clássico é mais um emblema de que o futebol sobrevive por aqui.

Ainda há mais interesse pelos clubes nacionais, mesmo com a evidência de que há mais qualidade na Europa.

Outro sintoma desse fenômeno é o Flamengo ter disputado cinco partidas com seu time titular neste ano e levado 286 mil pagantes ao Maracanã, 57 mil em média.

O Flamengo fará sua estreia na Libertadores na Colômbia, contra o Junior, na quarta-feira (4), e terá um grupo encardido, com Independiente del Valle e Barcelona de Guayaquil, ambos do Equador.

A chave mais complicada é a da dupla Gre-Nal, a única com quatro antigos finalistas. Na terça (3), o Inter recebe a Universidad Católica (CHI), vice em 1993, e o Grêmio viaja a Cáli para enfrentar o América (COL), responsável por sua eliminação nas semifinais de 1996.

O atacante peruano Paolo Guerrero comemora o gol que deu a classificação ao Internacional - Silvio Avila/AFP

Também na terça (3), o Athletico-PR recebe o Peñarol, e o Santos começa sua trajetória contra o Defensa y Justicia, dirigido por Hernán Crespo.

O Palmeiras terá, em teoria, a missão mais tranquila da primeira semana, porque jogará, na quarta-feira (4), contra o Tigre, quinto colocado de seu grupo na segunda divisão do Campeonato Argentino.

Antes que se diga que é absurdo um time de segunda divisão na Libertadores, lembre-se que Tigre e Palmeiras se enfrentaram em 2013, quando quem estava na Série B era o Palmeiras. Na época, a vitória do Tigre provocou ira da torcida uniformizada e agressão ao goleiro Fernando Prass, no aeroporto de Buenos Aires.

O mundo dá voltas.

O debute mais arriscado dos paulistas é o do São Paulo, na altitude de 3.825 metros de Juliaca, no Peru. A partida será realizada na quinta (5).

Os dois primeiros meses do ano já produziram fiascos brasileiros, como a eliminação do Corinthians, na Libertadores, e de Fluminense, Atlético-MG e Goiás na Copa Sul-Americana. Nasceu primeiro o ovo ou a galinha? O Brasil dá mais vexame porque seu futebol é pior ou porque há mais times da faixa intermediária da tabela representando o país?

Segundo jogo entre Corinthians e Guaraní do Paraguai, na Arena Corinthians - Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

Junto com a década de 1990, os anos 2010 são os que mais registraram conquistas da Libertadores por clubes brasileiros. As seis taças vieram com Internacional (2010), Santos (2011), Corinthians (2012), Atlético-MG (2013), Grêmio (2017) e Flamengo (2019).

Feche os olhos e pense que quem perdeu para o Guaraní, do Paraguai, foi o oitavo colocado do Brasileiro. Esse clube antes não se classificaria para a Libertadores e, por uma circunstância, chama-se Corinthians.

Ter mais representantes aumenta a chance de título e também de fracasso.

Mas os sete representantes do Brasil na fase de grupos entram mirando as fases decisivas. Flamengo e River são favoritos, porque jogam o melhor futebol da América. Só que a Libertadores é um enduro de resistência, e tudo pode ser diferente depois da janela de transferências.

Apesar de estar em curso a Champions League mais imprevisível da década e de as duas últimas Libertadores terem classificado para as semifinais River, Boca, Flamengo, Grêmio e Palmeiras, resiste a lembrança de Atlético Nacional, Independiente del Valle, Lanús e San Lorenzo nas últimas seis decisões.

As mazelas do futebol sul-americano, as vendas de jogadores, demissões de técnicos, viagens longas, a altitude... Tudo ainda faz pensar na Libertadores como o torneio que dá chance para o imprevisível.

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