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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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PVC

Chance de mudança no governo e Lei da SAF atraem olhares internacionais

Nenhum empresário vai desembarcar aqui abruptamente, mas muitos monitoram um mercado que é promissor se mudar de verdade

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O City Football Group, proprietário do Manchester City, foi um dos consultados pelo Botafogo para comprar o clube, há um ano. Informou que não se interessava por nenhum projeto no Brasil.

Isso aconteceu bem antes de John Textor se aproximar do Rio de Janeiro e seis meses antes da aprovação da lei das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), no Congresso Nacional.

O Bahia admite ter sido consultado por dez grupos internacionais interessados na compra do clube do Nordeste. O City sondou. Nada sério, não houve proposta e o Bahia só pensará em levar a SAF ao conselho deliberativo se houver documento oficial.

O que mudou entre o desinteresse pelo Brasil e a sondagem ao Bahia se chama SAF. Os empresários internacionais esticam o olho, ainda que timidamente, com a possibilidade de mudança do governo federal, depois das eleições, e com a aprovação da nova legislação.

John Textor (esq.), Thairo Arruda e Danilo Caxeiro (dir.) com a camisa do Botafogo. Brasileiros foram os consultores que apresentaram o clube ao empresário - Reprodução/Instagram @thtarruda

É quase obrigatório prestar atenção ao que se passará no Brasil. Ninguém vai desembarcar aqui abruptamente. Muita gente, no entanto, monitora um mercado promissor –se mudar de verdade.

Hoje, existem três tipos de clubes na Série A do Brasileiro: 1. Os gigantes que nem cogitam virar empresas, casos de Flamengo, Atlético-MG, Palmeiras e Corinthians; 2. Os desesperados, como o Vasco, sedento para seguir Botafogo e Cruzeiro; 3. Os médios, de bons resultados recentes, esperançosos de seguir crescendo sem o dinheiro novo.

Na última faixa estão Fortaleza e Ceará, novo centro do futebol do Nordeste, à frente de Pernambuco e Bahia. São Paulo, Santos e Bahia observam, não descartam nem se apressam.

Há uma disputa maior pela criação da liga de clubes. Não está tão perto, quanto já pareceu, nem tão distante que não possa acontecer. Até dezembro, o advogado Flavio Zveiter, da Codajas Kapital, tinha um mandato para trazer um investidor capaz de aportar dinheiro e comprar pelo menos 20%.

A empresa norte-americana Advent foi cogitada, informou-se e não houve acordo sobre a antecipação de receita. Zveiter uniu-se ao grupo BTG Pactual e voltou ao mercado.

De outro lado, a LiveMode, que ajudou a turbinar a Copa do Nordeste, aproxima-se dos dirigentes da região e tem a simpatia do Athletico.

A terceira hipótese inclui a XP Investimentos. A corretora fez a assessoria para Botafogo e Cruzeiro avançarem na venda de suas SAFs e, agora, defende a venda de porcentagem da Liga Brasileira para CVC e Liga Espanhola. Ronaldo Fenômeno ajudaria a fazer a ponte.

Um dos vinte dirigentes da Série A diz que a proposta é siri na lata. Já viu como o bichinho faz barulho, quando fica preso, mas nunca consegue escapar e sair andando?

A metáfora expõe a desconfiança.

As três propostas podem até fracassar, mas estão muito perto para o futebol brasileiro seguir tão longe da modernidade.

A vantagem do que se está discutindo é, pela primeira vez, ser um projeto econômico e não político. Sempre se fracassou porque os líderes eram presidentes de clubes, mais interessados nos benefícios para a própria torcida.

A desvantagem é que os dirigentes ainda aparentam estar mais preocupados em passar o chapéu e contar as moedas, do que em projetar como a criação de uma liga, conduzida por executivos, pode fazer o Brasileiro melhorar e aumentar seu valor nos próximos dez a vinte anos.

Muita gente ainda não compreendeu que pode haver transformação. John Textor dá autógrafo, como a torcida do Corinthians pedia a Kia Joorabchian. Se fosse para buscar um líder carismático, bastaria voltar aos tempos de Emil Pinheiro.

Tem de ser muito mais sério do que isso.

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