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Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.

'Minhas férias', por Carlos Bolsonaro

Na volta ao trabalho, filho do presidente lê redação sobre período ao lado do pai

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"Oi, gente, minhas férias foram muito legais. No primeiro dia do ano, papai deixou eu viajar no banco de trás do carro dele sem cinto de segurança. Foi irado! Também terminei de ler o 'Manual do Olavo de Carvalho Mirim', coloquei uma almofada de pum na cadeira do William Bonner e fiz novos amigos.

Mas nem tudo foram alegrias. Por causa de uma mentira boba, descobri que o Gustavo não era um bom amigo. Deu vontade de tocar a campainha da casa dele e sair correndo. Mas a vingança é um prato frio que se come pelas beiradas. Deixa só ele pegar no sono para ver se não vai acordar com o rosto cheio de pasta de dente.

Outro que tô estranhando é o Mourão. Até cutuquei ele no Facebook pra ver se ele se manca. O boco-moco ficou lá em Brasília achando que vai roubar o papai de mim! Mas o papai é meu! Só meu! Para marcar território, colei uma meleca embaixo da mesa dele. E, para todo mundo ficar ligado em quem manda nessa bagaça, coloquei um ovo no cano de descarga do carro dele. Até agora ninguém sabe quem foi.

Pior: parece que o Mourão tá de panelinha com o Augusto Heleno. Eles me deixaram de fora da última reunião com o papai dizendo que iam tratar de assuntos de adulto. Acho uma puta falta de sacanagem e, se continuar assim, vou xingar muito no Twitter.

Deixei uma tachinha na cadeira do Augusto Heleno. Vamos ver se esse pessoal da Abin é competente ou se o amiguinho do papai vai espetar o bundão.

Mas o que importa é o seguinte: depois de passar as férias em Brasília, voltei aqui pra Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Hoje de manhã, como de costume, já acendi um barbantinho cheiroso no gabinete de um vereador do PSOL.

Como bom patriota, não esqueci minha lição. Por isso, finalizo esta carta apresentando meus projetos para este ano: primeiramente, quero aprender a fazer slime em casa. Vou também conscientizar as escolas sobre a doutrinação comunista perpetrada pela Chapeuzinho Vermelho, implementar o corredor polonês para combater o crime e acabar com as invasões de terra que estão acontecendo no FarmVille. Isso acaba com a graça do jogo. E podem anotar: até o final do ano pretendo liberar o porte de armas para os Detetives do Prédio Azul.

Beijundas do Carlos, o Pimentinha."

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