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Humorista, membro do coletivo português Gato Fedorento. É autor de “Boca do Inferno”.

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Regina Duarte é um cavalo de Troia dos comunistas para dominar o país

Em 1917, os bolcheviques fizeram o mesmo: apanharam a porta da Secretaria da Cultura aberta, instalaram-se e demitiram três pessoas

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Veja só como são as coisas. No final de fevereiro, Regina Duarte ainda era uma conservadora de sempre, opositora de Lula e apoiadora de Bolsonaro. Uma semana depois, ela é comunista. Creio que se trata de uma transformação inédita na história da ciência política. Foi uma questão de minutos.

Tal como acontece quando alguém cora, também Regina Duarte ficou subitamente vermelha. E ela não precisou propor a propriedade coletiva dos meios de produção nem a destruição do capitalismo. Bastou demitir duas ou três pessoas.

Na verdade, ela só finge apoiar Bolsonaro. É um cavalo de Troia dos comunistas para dominar o país. Porque os comunistas não brincam. Como o objetivo é derrubar o governo, eles se infiltram bem no centro nevrálgico do poder: a Secretaria Especial da Cultura.

Foi sempre assim, e é por isso que os mais espertos e versados em história não se deixam enganar pela tática.

Em 1959, Fidel Castro e o seu grupo de revolucionários desceram a Serra Maestra, dirigiram-se a Havana, infiltraram-se na Secretaria da Cultura, demitiram três pessoas e, em menos de nada, tinham Cuba na mão. Antes, em 1917, os bolcheviques tinham feito o mesmo. Igualzinho: apanharam a porta da Secretaria da Cultura aberta, instalaram-se e demitiram três pessoas. Nascia a União Soviética.

Muitos anos depois, Regina Duarte procura fazer o mesmo a partir do posto de comando da poderosa Secretaria da Cultura, influentíssima e tradicionalmente apetrechada com um orçamento suntuoso.

Primeiro, será talvez organizado um festival de cinema revolucionário. Depois, uns dois ou três espetáculos de balé subversivo. Logo a seguir, o povo é convidado a frequentar peças de teatro vanguardistas e, quando dá por si, vive num regime comunista.

Depois de Roberto Alvim, admirador de Goebbels, a secretaria é agora dirigida pela comunista Regina Duarte, o que indica que Bolsonaro tem um rumo bem claro para a Cultura.

Talvez tenha sido precipitado demitir o secretário anterior. Roberto Alvim e Regina Duarte poderiam ter assinado um Pacto Molotov-Ribbentrop cultural, neutralizando-se mutuamente e criando condições para que o Brasil produzisse finalmente a arte que todos merecemos, e pela qual aguardamos com ansiedade.

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