Siga a folha

Descrição de chapéu

A humanidade dividida ao meio pela tecnologia

Pessoas com conexão à internet obtêm uma imensidão de vantagens

Balão utilizado em área remota da Nova Zelândia para proporcionar internet sem fio com velocidade 3G - Jon Shenk - 9.jun.13/Reuters

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

Poucas coisas são mais esperadas no mercado digital do que o relatório anual da analista americana Mary Meeker. Sócia da Kleiner Perkins, uma empresa de capital de risco, ela analisa o que acontece com a economia e com os hábitos por causa do impacto tecnológico.

Os dados das quase três centenas de páginas da edição de 2018 permitem concluir que só vai aumentar a já imensa distância entre as duas metades da humanidade: a que está conectada à internet e a que não está.

Os de fora têm cada vez mais dificuldade para entrar. O crescimento da rede desacelerou bruscamente, até porque há muita confusão sobre quem deveria pagar a expansão. “Tem sido mais difícil crescer após ultrapassada a penetração de 50% do mercado”, diz Meeker. Decorrência disso, 2017 foi o primeiro ano em que não aumentou o número de smartphones levados ao mercado.

Quem está dentro tem uma vida cada vez mais digital e obtém uma imensidão de vantagens. Um exemplo é o mercado de trabalho. Meeker perfila-se ao lado dos que acreditam que a tecnologia tem impacto benéfico. Argumenta além da questão quantitativa: diz que a internet facilita trabalhar como freelancer e que tais profissionais mantêm ritmo de aprendizado mais acelerado, além de poderem escolher quando e onde querem trabalhar —como ocorre com os motoristas da Uber.

No caso dos dados, o ouro digital, existe um paradoxo da privacidade. As pessoas não querem ver suas informações exploradas, mas o uso delas aumenta sua satisfação. Não só isso: os dados abrem caminho para reduzir custos como os com saúde.

O mundo de oportunidades discutidas por Meeker, vale lembrar, aplica-se apenas a metade dos humanos. Ela passa ao largo do aspecto da cidadania, mas não é difícil derivar até ele discussões como as que levanta, começando pelo acesso à informação. A bola de neve contra os mais pobres ficou ainda mais brutal, e os incentivos para detê-la não estão sendo suficientes.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas