Roberto Dias

Secretário de Redação da Folha.

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A chance de quebrar um domínio europeu sem precedentes

As três últimas taças acabaram nas mãos de Itália, Espanha e Alemanha

A 21ª Copa do Mundo começa nesta quinta (14) e, pela primeira vez, já se sabe de antemão qual continente terá mais títulos ao final da disputa. Pois o domínio europeu sobre o futebol nunca foi tão gritante como recentemente.

As três últimas taças acabaram na Europa, em mãos de diferentes países (Itália, Espanha e Alemanha). Dos 6 últimos finalistas, 5 eram de lá —5 seleções distintas, por sinal.

Inédita, tal sequência quebrou o jogo de gato e rato que Europa e América travaram durante oito décadas pela supremacia (veja o gráfico).

Pouco tempo atrás, o Brasil se gabava de ser o único campeão fora de sua região (Suécia-1958 e Coreia/Japão-2002). Pois europeus conseguiram isso nas duas edições passadas (a Espanha, na África do Sul-2010, e a Alemanha, no Brasil-2014).

À descoberta do poder boleiro da imigração, sintetizada na França campeã de 1998, vai se adicionando fenômeno inverso. Dos 23 convocados por Marrocos, 16 nasceram em solo europeu; por Senegal, são 9.

Nos clubes, a disparidade, que nunca foi pequena, agigantou-se. Para usar uma régua objetiva: dos últimos 10 Mundiais de Clubes, apenas 1 foi vencido por time não europeu (o Corinthians, em 2012).

Na política da bola, a Europa retomou o controle que perdera nos anos 70 —Joseph Blatter é suíço, mas não “jogava” pela região, ao contrário de Gianni Infantino, atual presidente.

Nossa sorte é que não há nada melhor do que uma Copa para quebrar tendências e virar tudo do avesso. E, vale lembrar, o único técnico da América a ser campeão do mundo nesta década chama-se Tite.

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