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Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

Ted Lasso para técnico do Flamengo

Só há um nome capaz de dar ao clube rubro-negro tudo de que ele precisa

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Muitos querem, há muito tempo. Mas nem sempre dá certo tentar ressuscitar Jesus. O melhor seria guardá-lo em nossos corações e tentar seguir seus ensinamentos, mas sem exagero, fanatismo nunca é bom.

Como últimos a presenciar a aparição de Jesus por essas terras, torcedores do Flamengo estão obcecados com seu ressurgimento depois do terceiro técnico. Desde o fim da era Jesus, a diretoria já tentou um pouquinho de tudo, sempre com a convicção comparada apenas à do nosso presidente falando sobre vacina —nenhuma.

Foram beber na fonte do messias Guardiola, chamando seu seguidor Domènec. Não deu certo. Tentaram o filósofo da bola, Rogério Ceni, mas ele não mimava os meninos direito, e também não deu certo —sim, o Flamengo é um dos times em que ser campeão nacional não significa dar certo.

Depois, mesmo com a cabeça em Jesus, resolveram deixar o time de R$ 200 milhões na mão do semideus do autoelogio Renato Gaúcho. Falharam miseravelmente, mas deu praia.

Torcedores do Flamengo estão obcecados com o ressurgimento de Jesus depois do terceiro técnico - Mauro Pimentel - 26.fev.20/AFP

Agora só pensam em Jesus... de novo. Mas, veja bem, no Benfica aconteceu a mesma coisa. Foram felizes com Jesus no passado e pediram por sua ressuscitação. Ela veio e... está todo o mundo descontente por lá. No Campeonato Português, que tem três times, estão em terceiro. Crise.

Aliás, crise temporariamente reduzida com a classificação do Benfica para as oitavas de final da Champions —deram sorte que o Barcelona está ainda pior.

Portanto, Jesus, que só queria ser amado, deve continuar por lá pelo menos até fevereiro, quando começa o mata-mata europeu. Na primeira morte, provavelmente pedirão sua cabeça em Portugal.

Só vejo um nome capaz de dar ao Flamengo tudo de que ele precisa no momento: Ted Lasso, o técnico bigodudo e premiado da série homônima da Apple TV+.

Para começar, Lasso é boa-praça, como Renato Gaúcho. Sabe se aproximar dos jogadores para ganhar o vestiário e adora um time ofensivo. É contra empates —herança do futebol americano.

Ted Lasso deixou claro em duas temporadas que saúde mental é importante para sua equipe. No querido AFC Richmond, recuperou o capitão, conseguiu trazer o craque-mala-folgado para o seu lado e até pediu a contratação de uma psicóloga para ajudar a resolver a depressão do artilheiro ("football is live"). Portanto, seria fundamental para controlar o craque irrequieto GabiMala e ajudaria a curar as dores da derrota na Libertadores, principalmente de Andreas Pereira.

No melhor estilo Rogério Ceni, Lasso é a favor do trabalho duro nos treinamentos, preparação física forte e adora ensaiar umas jogadas —no caso de Lasso, um tanto inusitadas, mas funcionam.

​Ted Lasso ainda é descolado no trato com a imprensa, fala a verdade sem receio e nunca comenta arbitragem —como Renato Gaúcho—, até porque não entende até hoje a regra do impedimento.

Por fim, desenvolve um ótimo relacionamento com a diretora (à base de bolos caseiros) e não se incomoda de ser xingado pela torcida —até sai para beber com eles.

Enfim, como Ted Lasso, um nome de consenso que deixe torcida e diretoria felizes de imediato, só existe na ficção.

Na TNT Sports, os narradores adoram falar (à exaustão) que esta é a melhor Champions League de todos os tempos (certeza de que a do ano que vem vai ser a melhor, de novo). Sendo assim, a ESPN deve agradecer pela melhor Liga Europa de todos os tempos: vão receber Barcelona, Porto, Borussia Dortmund e, o melhor de todos, Sevilla.

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