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Dicas de livros para quem quer entrar ou se aprofundar no mundo da psicanálise

Sou apenas uma estudante bastante verdinha no assunto, mas profundamente siderada pelo tema

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Desde que lancei aqui pela Folha o podcast “Meu Inconsciente Coletivo”, sobre psicanálise, comecei a receber pelas minhas redes sociais uma enxurrada de pedidos para que eu fale sobre as minhas leituras nessa área.

Sou apenas uma estudante bastante verdinha no assunto, mas profundamente siderada pelo tema e metida a indicar livros (ainda que muitos desses eu ainda não tenha degustado por completo – já que não dou conta de tudo o que eu gostaria de fazer e ser).

Selecionei então alguns dos títulos que mais me fizeram pensar nos últimos tempos. Mas antes, só um lembrete talvez meio óbvio para quem busca obras completas: pela Companhia das Letras você encontra 20 volumes da obra de Freud (ignore que traduziram “pulsão” como “instinto” e compre feliz, essa é a tradução mais usada hoje em todas as aulas e cursos que tenho feito). Ainda sobre a produção do pai da psicanálise, gosto muito também dos volumes da Autêntica, que compila textos por temas como amor, neurose, clínica, arte e sexualidade. Eu optei por ter as duas coleções.

Pela Companhia das Letras você encontra 20 volumes da obra de Freud - Domínio público

Se você quer ler Lacan, autores que introduzem a obra de Lacan e ter os melhores dicionários de termos psicanalíticos, sua editora é a Zahar. Mas se você ler Lacan e as introduções e os dicionários e continuar não entendendo nada (me encaixo um pouco aqui), eu sugiro o livro “Desler Lacan”, de Ricardo Goldenberg (Instituto Langage), “Maneiras de Transformar Mundos”, de Vladimir Safatle (Autêntica) e “Declinações da Angústia”, de Colette Soler (Escuta).

Para quem tem criança em casa, os livros de Winnicott lançados pela Ubu (e já resenhados por mim nesta coluna) são imprescindíveis, mas acho que vale também dar uma fuçada em sebos online e procurar pela coleção da Clínica Tavistock (Imago) intitulada “Compreendendo seu filho de...”, que começa no primeiro ano da vida de um bebê e cobre toda a infância. Pela clínica londrina, passaram psicanalistas como John Bowlby, Wilfred Bion e o próprio Winnicott.

Comecei recentemente o delicioso “Fadas no Divã” (psicanálise nas histórias infantis), de Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso (Artmed), e a leitura de “Quando surge a criança”, de Françoise Dolto (Papirus), me fez entender muito sobre a minha carga mental em 2021 (e o livro é o resultado de um programa de rádio da década de 70!).

Se você for um escritor ou roteirista precisando criar uma matriarca bem maldosa, indico “As Duas Mães de Mila”, de Clara Vidal (SM), e “Mães que Fazem Mal”, de Silvia Lobo (Pasavento). Se sofre de dor crônica, “A Revolta do Corpo”, de Alice Miller (Martins Fontes), foi uma porrada no meu estômago (que já doía antes mesmo de apanhar).

Eu tive a sorte de achar o ótimo “Cartas a um Jovem Terapeuta”, de Contardo Calligaris, antes de fazer uma pós-graduação em roteiro. Foram as primeiras páginas que li sobre o tema, e que abriram as portas para tudo o que viria depois. Acho que estudar psicanálise é o melhor que você pode fazer caso queira, de fato, escrever qualquer roteiro (de ficção ou não).

Agora que estou obcecada pela ligação da psicanálise com a literatura, estou estudando “Freud com os Escritores”, de J.B. Pontalis e Edmundo Gómez Mango (Três Estrelas), “Fernando Pessoa e Freud”, de Nelson da Silva Junior (Blucher), e “Ousar Rir”, de Daniel Kupermann (Civilização Brasileira).

Para excelentes “causos” de pacientes (ah se um dia eu virar psicanalista...), Stephen Grosz escreveu o bom “A Vida em Análise” (Zahar), e, para saber se é verdade que Lacan furava filas, sua amante Catherine Millot conta várias de suas idiossincrasias em “A Vida com Lacan” (Zahar).

Acho que já faz uns 100 dias que estou lendo “Memórias de um Doente dos Nervos”, de Daniel Paul Schreber, e devendo uma resenha para meu amigo Paulo Werneck. O livro da Todavia tem 480 páginas, e eu sou uma mãe na pandemia. Mas recomendo demais que você, assim como eu, tente chegar ao final dele.

Para reler sempre e ter na mesa de cabeceira, “O que Quer uma Mulher?”, de Serge André (Zahar), e para quem precisa da psicanálise misturada a um romance, “Recusa do Não-Lugar”, de Juliano Garcia Pessanha (Ubu).

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