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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Flamengo é fator novo que pode mudar futebol brasileiro

Ruídos avassaladores e imprevisíveis promovem transformações

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A ciência é fundamental. Sem a ciência, não há conhecimento. Porém, nos esportes e em todas as atividades, não são apenas as teorias, as brilhantes teses, as detalhadas pesquisas e os ótimos trabalhos acadêmicos que explicam e promovem as transformações individuais e coletivas. São também os fatos marcantes e os ruídos avassaladores, às vezes, imprevisíveis e surpreendentes.

O Flamengo é o fator novo, marcante, o grito de desespero que pode recuperar o futebol brasileiro. Será difícil, porque o doente está grave, melancólico, sem vida, refém de décadas de mesmice e mediocridade.

 

O Palmeiras já anunciou que vai mudar as ideias e a maneira de jogar, com a contratação de um novo técnico e de um novo diretor de futebol. Espero que outros clubes façam o mesmo, embora haja poucos profissionais com novos conceitos e bem preparados. É necessário criar uma escola, um hábito. Os clubes necessitam também de novos gestores, profissionais competentes e independentes, como fez o Flamengo na administração anterior.

A desesperada situação do Cruzeiro, cada dia mais próximo da Série B, tem tudo a ver com a absurda e nefasta administração do clube.

O Palmeiras já teria conversado com Sampaoli. Fora ele e Jorge Jesus, há pouquíssimos outros técnicos no Brasil com características inovadoras e competentes. Será difícil contratar outro. Quem sabe apareça alguém diferente, mesmo do exterior, como o "loco Bielsa", mestre de dois outros loucos sonhadores, Guardiola e Sampaoli.

Não podemos também ser ingênuos de achar que todo técnico com discursos modernos é bom. Da mesma forma, há muitos treinadores com ótimos conhecimentos, porém, com vícios acumulados e excessivamente prudentes, que poderiam se reinventar. Tão importante quanto as ideias é saber fazer, saber ver.

Mano Menezes, tido como um bom técnico, conservador, perdeu muito prestígio, após a estranha e infeliz decisão de colocar os reservas contra o Fluminense (perdeu por 1 a 0), prejudicando o próprio time e os concorrentes do Fluminense na luta contra o rebaixamento. Pior, tentou fazer de Palmeiras e Flamengo um jogo decisivo, para saber quem é o melhor, o que é uma absurda dúvida. Levou um baile. O patamar é outro.

Renato Gaúcho é um ótimo técnico, que mistura ideias novas e antigas, sabedoria e excessivo narcisismo, e que sabe tirar de estratégias comuns um jogo vistoso e eficiente. Rogério Ceni e Tiago Nunes são dois bons treinadores que podem evoluir ainda mais nos próximos anos.

Na coluna anterior, escrevi que o Athletico, que era dirigido por Tiago Nunes, é a única equipe brasileira, fora o Flamengo, que tenta jogar um futebol diferente, com recuperação rápida da bola e muita velocidade e intensidade em direção ao gol. Esqueci, obviamente, o Santos, dirigido por Sampaoli.

Será que o Flamengo, se enfrentar o Liverpool, terá condições de jogar de igual para igual e de vencer? Penso que sim. O Liverpool é superior ao Flamengo, mas não é, diferentemente de outros grandes do futebol mundial, um time com características de impor um amplo domínio ao adversário. Mesmo contra pequenas equipes inglesas, inferiores ao Flamengo, quase sempre ganha, mas sem dar show.

Há muitas dúvidas e incertezas. Os times brasileiros vão evoluir no próximo ano? Sampaoli, que não quer perder a praia, vai continuar no Santos? Cruzeiro ou Ceará, quem será rebaixado? O Flamengo, se perder Jorge Jesus, vai manter a qualidade? Tudo é incerto.

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