Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.
Sylvinho, Tite e Ancelotti deveriam fazer uma videoconferência
Um poderia auxiliar o outro; todos precisam de ajuda
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Não sei o que gosto mais de escrever: sobre a lógica, a compreensão do jogo e os detalhes técnicos e táticos ou sobre a incerteza e a dramaticidade de uma partida, que não tem enredo definido, como a vida. Procuro ter os dois olhares. Às vezes, eles não se entendem. Um quer ser mais importante do que o outro.
O empate por 1 a 1 com o Equador foi um jogo estranho, maluco, ruim, com quatro lances decisivos alterados pelo VAR e com dez jogadores de cada lado na maior parte do tempo. O árbitro quis compensar os erros, mas o VAR não deixou.
Marquinhos e Neymar fazem muita falta à seleção. Marquinhos e Thiago Silva formam uma das melhores duplas de zaga do mundo. A avaliação de que Thiago Silva joga muito bem no Chelsea porque a equipe atua com três zagueiros, e ele, com a idade mais avançada, fica mais protegido, não se sustenta, pois Thiago Silva brilha também na seleção.
Contra o Paraguai, na terça-feira, no Mineirão, Tite vai escalar novamente Coutinho, já que ele jogou só 30 minutos, por causa da necessária substituição do técnico, ou vai entrar com Paquetá, suspenso da primeira partida, que seria o substituto imediato de Neymar?
Não ficarei surpreso também se o treinador tirar um dos jogadores de lado, Vinicius Junior ou Raphinha, para dar lugar a Paquetá, mantendo Coutinho. Vinicius Junior precisa jogar mais vezes e em partidas seguidas pela seleção.
O jovem terá muitas dificuldades de repetir na seleção o que faz no Real Madrid, pois, no time espanhol, aprendeu com Ancelotti a jogar pelo lado, aberto, e também pelo meio, entrando em diagonal, para receber a bola atrás do meio-campo adversário, mais próximo ao centroavante, da área e do gol.
O Real joga com um trio no meio-campo, sem um meia ofensivo. Na seleção, como o time joga com dois volantes em linha, Casemiro e Fred, e um meia à frente dos dois (Neymar ou Coutinho ou Paquetá), o espaço atrás do meio-campo adversário é preenchido pelo meia ofensivo.
A solução para a seleção brasileira não é atuar como o Real Madrid, pois não há meio-campistas de alto nível, como Kroos e Modric, que atuam de uma intermediária à outra. Com três no meio-campo, Neymar teria de jogar pela esquerda e não sobraria para Vinicius Junior.
E ainda tem Paquetá para Tite arrumar um lugar ou mesmo Coutinho, se ele voltar a brilhar. São dúvidas e enigmas que Tite terá de resolver até a Copa. Deveria procurar ajuda, telefonar para Ancelotti, que ele tanto admira, para conversar sobre Vinicius Junior e outras coisas.
O Corinthians, na prancheta, tem o mesmo desenho tático do Real Madrid, com um trio no meio-campo, dois jogadores abertos e um centroavante. O time é muito estático, com cada jogador em sua posição, o que facilita para a marcação adversária.
Róger Guedes, pela esquerda, poderia, como na época de Atlético e como faz Vinicius Junior no Real, atuar pela ponta e também entrar pelo meio, em diagonal, para receber a bola atrás do meio-campo adversário, mais perto do gol e do centroavante.
O jovem Sylvinho, vibrante e estudioso, que foi auxiliar de Tite e que adora o "titês", deveria telefonar para o técnico da seleção para pedir ajuda. Sylvinho, Tite e Ancelotti poderiam conversar juntos, pelo menos por videoconferência. Um poderia ajudar o outro. Todos precisam de ajuda. Sugiro apenas que Sylvinho chame Paulinho de Paulinho, não de Paulo. Fica muito chato.
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